PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 8,21-30)(28/3/23)
Caríssimos, é Deus quem nos dá a vida, todos os dons e todas as condições para vivermos em paz. No entanto, precisamos crer como o Senhor Jesus nos ensinou: "Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna." Será que custa ao ser humano acreditar na Verdade, logo ele que é filho da Verdade?
O fato é que, em hipótese alguma, não podemos e nem devemos acreditar na mentira, pois por menor que seja o pecado, ele é sempre uma mentira ou um engano, e não se pode contestar isso pelos efeitos negativos que ele causa na sociedade como um todo.
Com efeito, escrevo isso não para nos sintirmos culpados, mas para evitarmos todo tipo de pecados. Desse modo, os que foram cometidos no passado e que foram confessados já estão perdoados, apagados, não existem mais; porém, se ainda não foram confessandos, estamos dentro do tempo da Divina Misericórdia, basta confessá-los arrependidos, por meio do Sacramento da Reconciliação, para obtermos o perdão que nos liberta deles e de seus efeitos maléficos.
Com efeito, a primeira leitura de hoje traz o episódio da serpente de bronze que Moisés fincou numa haste, como um símbolo e seus efeitos. Primeiro, quando mordidos pelas serpentes ardentes aqueles homens lembravam do pecado que haviam cometido contra o Senhor e seu servo Moisés; olhavam, então, para ela arrependidos e eram salvos pelo olhar da obediência e fidelidade devidas à Deus.
Segundo, compreendiam que ao pecar deixavam de confiar no Senhor para cair na tentação da murmuração, onde até o Maná caído do céu, era para eles, "uma comida nojenta, um alimento miserável". De fato, assim também acontece com todos aqueles que se afastam do Senhor, por meio dos pecados mortais que cometem, nunca têm sossego são sempre atormentados.
Então, quais lições aprendemos desse episódio? A resposta está no Evangelho que hoje meditamos. O Senhor perdoa sempre, porque nos ama e não quer ver a nossa ruína, basta olharmos para Ele e seguirmos o exemplo de obediência e fidelidade dos Israelitas na provação do deserto.
Segundo, o Senhor veio até nós como um de nós, e mesmo ofendido pelos nossos pecados não nos rejeita, mas aceita prontamente os corações contritos, arrependidos e humilhados que deixam a prática do pecado para carregar com Ele a cruz que lhes faz vencer as tentações e evitar os danos causados pelo pecado.
Portanto, caríssimos, o Senhor tem sempre para conosco uma eterna compaixão, como eterno é o seu amor e a sua misericórdia para todos que se arrependem. Todavia, cabe à nós a devida atenção que precisamos lhe outorgar, caso contrário, cavamos a nossa cova eterna nas trevas dos pecados mortais consentidos e praticados, pois o pecado só existe quando nós o consentimos e praticamos.
Bem como nos ensina são Tiago: "Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam. Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém.
Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos iludais, pois, irmãos meus muito amados. (Tg 1,12-16).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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