PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,7-15)(20/6/24)
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1. Caríssimos, no Evangelho de hoje Jesus nos ensina a rezar a oração do "Pai nosso" que Tertuliano (filósofo e apologeta cristão Sec. II) a definia como a "síntese do Evangelho", pois, nela está contido o amor incondicional que perdoa sempre, e que supera todas as nossas necessidades espirituais e temporais, tornando-se assim uma fonte permanente de paz e de comunhão com Deus e entre nós.
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2. Com efeito, logo de início o Senhor nos ensina como devemos orar, diz Ele: “Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais." (Mt 6,7-8).
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3. E continua: "Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal." (Mt 6,7-13).
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4. Ora, meditando essa oração vemos que nela há um profundo grau de intimidade com Deus, pois, Jesus no-lo apresenta como Pai que nos ama; nos dá atenção, acolhe o nosso elogio, supre as nossas necessidades, pois as conhece, nos livra do mal e nos corrige para sermos misericordiosos como Ele é misericordioso.
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5. De fato, para vivermos bem essa oração, precisamos assumir que somos filhos de Deus e que todos somos irmãos, por isso, entre nós, jamais deve haver divergência, mas somente convergência; e diante de qualquer querela, usemos do perdão para voltarmos à concórdia e a paz.
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6. No seu comentário à essa oração, assim se expressou são João Cassiano: "No segundo pedido [da oração do pai-nosso], a alma puríssima exprime o desejo de ver chegar muito em breve o reino de seu Pai. Ao dizer isto, pode visar, em primeiro lugar, o reino inaugurado em cada dia por Cristo na alma dos santos.
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7. É isso que acontece uma vez que o diabo foi expulso do nosso coração mais os seus vícios, com os quais o infetava, e desfeito o seu império: Deus entra soberano em nós, espalhando o bom odor das virtudes, de modo que vencida a fornicação, é a castidade que reina na nossa alma; ultrapassada a raiva, reina a tranquilidade; calcada aos pés a soberba, reina a humildade.
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8. Pode também ter em vista aquilo que foi prometido para um tempo antecipadamente estabelecido a todos os perfeitos de uma maneira geral, a todos os filhos de Deus. Então, Cristo dir-lhes-á: «Vinde, benditos do meu Pai; herdai o reino preparado para vós desde a fundação do mundo» (Mt 25,34).
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9. A alma mantém o seu olhar ardentemente fixo nesta feliz palavra, cheia de desejo e de esperança, e exclama: "Venha a nós o vosso reino". Sabe bem, porque disso lhe dá testemunho a sua consciência, que, quando o reino chegar, entrará de imediato na sua partilha."
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(São João Cassiano (c. 360-435), fundador de mosteiro em Marselha - Sobre a oração, XIX; SC 54).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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