PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,5-11)(28/11/23)
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1. Amados irmãos e amadas irmãs, o tempo presente para nós, cristãos, carrega em si vários sentidos, especialmente o sentido escatológico, próprio dos últimos ensinamentos do Senhor Jesus antes de sua partida para o Pai.
2. O termo "êschaton" significa os últimos e definitivos acontecimentos da história humana, da humanidade e do universo. Últimos porque diz respeito à plenitude ou perfeição para a qual tende a totalidade da criação; e definitivos porque trata da vitória triunfal do amor de Deus sobre o pecado e sobre o mal.
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3. Assim como no tempo de Noé, Deus revelou os acontecimentos presentes e futuros do "êschaton" por meio de sinais como a construção da arca e o arco-íris, e vimos que se realizaram tal qual descritos em Sua Palavra; de igual modo, nas leituras da liturgia de hoje o Senhor Jesus nos alerta sobre tudo o que haverá de acontecer à humanidade e à toda criação nos últimos dias.
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4. Com efeito, dentre estes sinais descritos por Jesus, estão as falsas crenças e os falsos Cristos; e isso é o que estamos constatando atualmente numa proporção sem igual, principalmente por meio da Internet e as novas tecnologias que espalham falsas notícias, ideologias e todo o veneno do mal que está nelas.
5. No Evangelho de hoje, "algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. E essa profecia se cumpriu no ano setenta da nossa era quando as legiões romanas comandadas por Tito destruiu Jerusalém e o Templo de Salomão não deixando pedra sobre pedra.
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6. Comentando esse Evangelho escreveu Dom Angelo Spina: "O templo de Jerusalém era considerado uma das sete maravilhas do mundo. E eis que, a alguns que admiram e engrandecem o templo, Jesus faz uma previsão de desgraça: o templo será destruído. Ora, Deus não se preocupa com a beleza dos mármores e a preciosidade dos presentes, mas quer um povo cuja vida mostre que Ele habita no meio dele.
7. Há quem se detenha estritamente na forma, na aparência. Sentem prazer e satisfação naquilo que dizem e fazem, iludindo-se de que tudo permanece para sempre. Foi o que aconteceu com o templo de Jerusalém, que era adornado com belas pedras preciosas e de que agora só resta um pedaço de muro ao invés tanto esplendor.
8. Não vos deixeis enganar, diz-nos ainda Jesus, sobre o que vai acontecer no futuro. Porque tudo o que acontece, mesmo com sinais de destruição, não é que estejamos a caminhar para "um fim", mas para "o fim". A destruição do mundo antigo é simultaneamente o nascimento do mundo novo.
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9. Jesus não responde à nossa curiosidade sobre o futuro, mas quer afastar as nossas ansiedades e alarmismos sobre o fim do mundo, que não servem para nada e só produzem danos. Ao medo do fim do mundo e da morte, Jesus oferece a alternativa de uma vida conduzida pela confiança no Pai, numa atitude de amor que já venceu a morte.
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10. O Filho de Deus que se fez homem já nos revelou o destino do homem e do mundo: o seu mistério de morte e ressurreição é a verdade do presente e do futuro." Bem como nos ensinou: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?" (Jo 11,25-26).
11. Portanto, caríssimos, eis o que escreveu são Pedro a respeito do "êschaton": "Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados! Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça." (2Pd 3,11-13).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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