Homilia do 3°Dom do Tempo Comum (Mt 4,12-23)(22/01/23)
Caríssimos, sem a luz de Deus nos iluminando, a vida natural e a vida divina é impossível. De fato, as trevas são insuportáveis, basta um simples apagão e logo desejamos mais que depressa que volte a luz, pois sem ela ficamos praticamente paralisados. Agora imaginem nossa vida sem a luz de Cristo nos iluminando e pela graça do Espírito Santo nos conduzindo para o céu.
São João ao expressar essa verdade escreveu: "A nova que dele temos ouvido e vos anunciamos é esta: Deus é luz e nele não há treva alguma. Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade. Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado." (1Jo 1,5-7).
Com efeito, esta liturgia de hoje nos mostra que a vinda de Cristo Jesus a este mundo é a última Palavra de Deus à humanidade e o último chamado para participarmos do seu Reino de amor e paz na Luz Eterna da sua Glória. E tudo o que Ele nos pede é arrependimento e conversão para sermos purificados pelo Sangue do Seu Filho derramado em expiação dos nossos pecados.
No Evangelho de hoje o Senhor Jesus anuncia a vinda do Reino de Deus e como fazermos parte dele por meio da conversão e da vivência do Evangelho cujo conteúdo é o modo de ser eterno dos filhos e filhas de Deus, diz Ele: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. Ou seja, com essas palavras o Senhor Jesus inaugura o Reino de Deus no meio de nós.
Decerto, só o fato de existirmos já é uma graça especial, porque é um dom inefável de Deus que nos criou à sua imagem e semelhança para participarmos da sua Natureza Divina, como nos ensina são Pedro: "O poder divino deu-nos tudo o que contribui para a vida e a piedade, fazendo-nos conhecer aquele que nos chamou por sua glória e sua virtude.
Por elas, temos entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas, a fim de tornar-vos por este meio participantes da Natureza Divina, subtraindo-vos à corrupção que a concupiscência gerou no mundo." (2Pd 1,4-5).
Então, como participamos de todas essas graças? Em resposta São Pedro assim nos exorta: "Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade.
Se estas virtudes se acharem em vós abundantemente, elas não vos deixarão inativos nem infrutuosos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Porque quem não tiver estas coisas é míope, cego: esqueceu-se da purificação dos seus antigos pecados.
Portanto, irmãos, cuidai cada vez mais em assegurar a vossa vocação e eleição. Procedendo deste modo, não tropeçareis jamais. Assim vos será aberta largamente a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." (2Pd 1,6-10).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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