PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 2,13-17)(14/01/23)
Caríssimos, naturalmente somos mantidos vivos por elementos visíveis e invisíveis, e muitas vezes não damos conta disso, talvez por nosso viver espontâneo ou quem sabe por não pensarmos sobre isso; o fato é que a nossa vida é um milagre vivido a cada instante de modo que precisamos reconhecer e agradecer a Deus, porque é Ele quem nos mantém na existência mesmo sem merecemos por conta dos nossos pecados.
Decerto, Deus cuida de cada uma das suas criaturas, por isso mesmo precisamos cooperar com Ele para a salva guarda da criação por uma vida reta e digna da sua presença em meio a nós, bem como nos ensina o Livro de Sabedoria: "Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda.
Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal." (Sb 1,12-15).
O Evangelho de hoje narra o encontro do Senhor Jesus com Levi (Mateus) que era tido como pecador público dado a sua profissão, pois era cobrador de impostos e colaborador dos invasores romanos, no entanto, o Senhor o chamou e ele o seguiu de imediato. Ou seja, Deus nos chama e não importa a nossa condição, mas sim a nossa disposição em segui-lo.
No entanto, nos perguntemos, por que isso acontece? Porque nos sentimos perdoados, amados e acolhidos por sua Divina Misericórdia. Isso significa que não queremos mais o pecado em hipótese alguma; significa que doravante devemos buscar a santidade com o máximo empenho e determinação obedecendo em tudo a sua Santa Vontade.
De fato, muitos podem até pensar que é muito difícil viver neste mundo sem cometer pecados, no entanto, ao ouvirmos o Senhor Jesus no Evangelho de hoje acreditamos firmemente que é Ele quem nos salva e nos mantém em estado de graça, como Ele mesmo disse: “Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores”. (Mc 2,17).
Portanto, caríssimos, "Na figura de Mateus, os Evangelhos oferecem-nos um verdadeiro paradoxo: quem aparentemente está mais afastado da santidade pode até tornar-se modelo de acolhimento da misericórdia de Deus e deixar entrever os seus efeitos maravilhosos na própria existência." (Bento XVI).
Destarte, o Reino de Deus, como disse o Senhor Jesus, já está no meio de nós (cf. Lc 17,21), apenas precisamos atender o seu chamado e segui-lo, como o fez Mateus e todos os santos e santas que o seguiram fielmente em justiça e santidade; a graça nos dada por Ele; mas, pô-la em prática, cabe tão somente a nós.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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