PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 3,22-30)(23/01/23)
Caríssimos, quem fecha os olhos de sua alma para a Luz do Espírito Santo e o nega motivado pela incredulidade, se fecha em si mesmo e se perde nas trevas do orgulho e da falta de fé. A pior cegueira que existe é a espiritual porque tal cego não percebe as evidências com que Deus se mostra ao nosso entendimento por meio da fé em Cristo Jesus.
Com efeito, nenhuma criatura existe em si e por si mesmo, muito menos fora do Senhor que nos criou por amor. Ora, porque Deus é Eterno, tudo criou para a eternidade, mesmo o tempo e tudo o que nele se encontra; é esse o grande mistério que nos desafia à todo instante.
O fato é que, frequentemente o ser humano sofre a tentação de querer limitar o que não tem limite, principalmente em se tratando da fé; e quando não consegue o que quer, geralmente condena os que não são de acordo com o que pensa.
A liturgia de hoje trata do pecado contra o Espírito Santo, para o qual não existe perdão nem neste mundo nem no vindouro. Decerto, quem comete este pecado, tem plena consciência do mal praticado contra Deus, contra o próximo e contra si mesmo, por isso, fecha-se em si mesmo e nunca se arrepende.
Então, o que é esse pecado e como se comete ele? Trata-se da blasfêmia contra o Espírito Santo. É uma espécie de rejeição à terceira Pessoa da Santíssima Trindade; e isso acontece quando a alma perde toda noção do Sagrado por se encontrar imersa nas insídias do maligno passando a viver como ele.
Ou seja, a alma desligada de Deus, por esse pecado, perde todas as suas graças, entre elas o santo temor, a contrição do coração e a esperança da salvação eterna. Desse modo, começa a atribuir a Deus o que em Deus não existe, ou seja, o mal.
Portanto, caríssimos, esse pecado além de ser uma grande ofensa a Deus, é também uma terrível tragédia para as almas que o cometem, pois, nele não existe esperança alguma de salvação. Destarte, que nenhuma criatura se arvore em querer julgar o Senhor, pois Ele nos ama, e por isso nos dá a vida, nosso bem mais precioso; aí daqueles que o rejeitam e o acusam como se fosse culpado pelos males advindos dos nossos pecados.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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