PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,27-38)(10/09/20)
Caríssimos, a lei perfeita da liberdade é o amor com que nos amamos cumprindo a vontade de Deus, semelhante ao que escreveu são Tiago (Tg 1,25; 2,8.12); desse modo, compreendemos que só existe liberdade onde reina o amor de Deus; como também nos ensinou são João: "Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor." (1Jo 4,16b.8)
Então, como trazer para a nossa realidade essas palavras dos Apóstolos, uma vez que vivemos numa sociedade onde os pecados da língua ferina, isto é, falar mal do próximo, são os mais cometidos? Uma sociedade na qual poucos são os que dão a vida pelo bem do próximo mesmo se este não os ama? Então, como amar assim sem jamais deixar de faze-lo?
As respostas à essas perguntas se encontra na liturgia deste dia. Trata-se do amar sem julgar, quem é digno ou não de ser amado, ou seja, é o amor sem medida, porque somente esse amor é gerador da vida eterna uma vez que nasce da permanente presença de Deus, que é amor, em nossas almas como nos ensinou são João (cf. 1Jo 4,8.16)
Comentando esse Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: "Não é suficiente não odiar, é preciso perdoar; não basta deixar de ter rancor, é necessário rezar pelos inimigos; não é suficiente não ser causa de divisão, é preciso levar a paz onde ela não existe; não basta deixar de falar mal dos outros, é necessário interromper quando ouvimos falar mal de alguém, impedir a bisbilhotice: isto significa praticar o bem." (Papa Francisco, Angelus, 12/08/18).
São Máximo, o Confessor (sec. VI) discorrendo a respeito dos pecados da língua, disse: "Não abras os ouvidos ao que diz a língua do caluniador, e que a tua língua não fale ao ouvido do que ama dizer mal. Não tenhas prazer em falar contra o teu próximo, nem em ouvir o que se diz contra ele, a fim de não te privares do amor divino nem seres afastado da vida eterna." (Centúria I sobre o amor, n.º 16, 56-58, 60, 64)
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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