VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

terça-feira, 28 de junho de 2011

A GRANDE LUTA ESPIRITUAL CONTRA O MAL













A GRANDE LUTA ESPIRITUAL CONTRA O MAL

Vivemos em meio ao Mistério da vida, somos obra das mãos de Deus, mas não o vemos na mesma dimensão que Ele nos vê, porque a nossa visão de Deus é ainda tênue, ela se dá pelas evidências que Ele nos concede, quer por meio de suas obras (Cf. Rom 1,20); quer pela revelação que faz de Si mesmo em seu Filho, Jesus Cristo (Cf. Jo 14,8-11). Mas, com toda certeza, já é um grande privilégio fazer parte desta obra criada por Deus; e privilégio maior ainda é viver a esperança de vida eterna como recompensa por uma vida vivida sem máculas, fundamentada nas virtudes do Espírito Santo, presente em cada um de nós que o recebemos no batismo.

Sem dúvidas, olhando a nossa humanidade em meio às contradições nas quais se encontra, notamos que há uma batalha espiritual terrível sendo travada a todo instante, onde os maus avançam com tanta intensidade contra os poucos justos que ainda existem que tememos pela prevalência do mal sobre o bem; todavia, sabemos que isso é impossível. Porém, temos de reconhecer, que o inimigo de nossas almas, o demônio, luta noite e dia, dia e noite em todas as frentes de batalhas, usando as armas mais perversas e maliciosas que há no mundo do pecado, ou seja, a mentira, o orgulho, a desobediência, toda espécie de vícios, a violência e as mortes trágicas, a fim de destruir tudo e todos que se reconhecem como filhos e filhas de Deus neste mundo.

Podemos até perguntar, por que o demônio existe e por que temos de lutar contra ele? A minha resposta é: de que lado da batalha nós estamos? Porque respondendo a essa pergunta, obteremos a resposta porque o mal existe e porque temos que lutar contra ele. São Paulo, na segunda carta a São Timóteo, escreveu o seguinte: “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!”. (2Tim 3,1-5).

Ou seja, Deus nos dar a conhecer a face tenebrosa do “mistério da iniquidade” pelos frutos que essa árvore podre dá, para que possamos vencê-la pelo seu poder divino que habita em nós; pois essa serpente ira, usa as ações humanas deformadas para deformar toda a obra criada por Deus e só quem se mantêm do lado do Senhor, isto é, em comunhão com sua vontade, consegue vencer esse terrível inimigo e seus sequazes.

Então, quais são as armas que nós precisamos para lutar contra tudo o que se levanta contra a Vontade de Deus? A obediência à Palavra de Deus e ao Magistério da Igreja; a penitência, a oração, a vida sacramental e permanência em estado de graça... Desse modo seremos imbatíveis na luta conta o pecado e contra o mal.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


segunda-feira, 27 de junho de 2011

A VIDA E O DOM DA ORAÇÃO















A VIDA E O DOM DA ORAÇÃO

Deus nos fez na contingência, porém, com alma imortal capaz de conhecê-lo e amá-lo e permanecer imersa Nele; não temos dúvidas de nossos limites, todavia para além do limite que nos cerca, existe o ilimitado divino que nos atrai a todo instante, é por isso que aqui não ficamos por muito tempo, porque nada está parado, mas em movimento constante rumo ao ilimitado de Deus que nos concede todas as graças necessárias para que no dia eterno o encontremos face a Face.

Todavia, enquanto o dia eterno não vem, o Senhor nos concede os seus dons para permanecermos em Sua comunhão, pois, nossas necessidades o atrai assim como nossas virtudes o glorificam e revelam sua presença no meio de nós. Dentre os dons a nós concedidos está o dom da oração; esse dom nos liga permanentemente com a Fonte Inesgotável do Senhor que em seu amor preenche todas as lacunas de nossa existência para que nada nos falta.

Rezar é viver na presença e convivência do Senhor, é viver nossa filiação divina como nos ensinou Jesus: “De manhã, tendo-se levantado muito antes do amanhecer, ele saiu e foi para um lugar deserto, e ali se pôs em oração.” (Mc 1,35). Assim, a oração é ligação direta, é comunhão perfeita, é permanência em Deus, ou seja, é algo mais do que um simples dom, é via de perfeição; seja no falar ou no ouvir, ela é relação filial amorosa, capaz de nos inebriar inteiramente de amor.

Outrossim, a graça nos é dada conforme as necessidades expostas, pois, estamos sempre buscando algo, porém, a maior necessidade que temos é a de Deus e a oração cumpre perfeitamente a função de nos pôr “face a face” com o Senhor de nossa vida, porque Nele temos tudo; é certo que Deus sabe o que precisamos (Cf. Mt 6,8), mas é necessário que tenhamos familiaridade com Ele que é o Pai de nossas almas e o autor e consumador de nossa fé (Cf. Heb 12,1).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/"><img alt="Creative Commons License" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/2.5/br/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dc="http://purl.org/dc/elements/1.1/" href="http://purl.org/dc/dcmitype/Text" property="dc:title" rel="dc:type">FREI FERNANDO, VIDA, F&#201; E POESIA</span> by <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="www.freifernando.net" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">Frei Fernando,OFMConv.</a> is licensed under a <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/">Creative Commons Atribui&#231;&#227;o-Uso N&#227;o-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licen&#231;a 2.5 Brasil License</a>.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

FICO PENSANDO...










FICO PENSANDO...

Nasci e nem pensei nisso, porque Deus que me criou, pensou tudo por mim e me amou e me fez assim, todo humano sob sua divina proteção, pois minha inocência lhe pedia por essa sua proteção na simplicidade de meu ser, incapaz por mim mesmo. E o Senhor me deu mãe, e essa me aconchegou no seu ventre, me alimentou, me cobriu, me aqueceu e me fez viver e nunca pensou em matar-me pela crueldade do aborto, porque ao Senhor temeu, uma vez que com Ele cooperou a fim de eu nascesse.

Fico pensando... Meu Deus, eu nada seria se invisivelmente não o tivesse em minha vida, dando-me vida e fazendo-me conhece-lo pela vida a mim dada! Nenhuma existência teria e nem seria capaz de conhecer a existência de tudo o que fizeste além de mim... Por isso estou aqui em busca de Ti, o amor que me criou, porque o teu amor me é preciso para que amor também o seja e Te ame na medida certa e para além dessa medida, e ame todas as tuas criaturas, porque só o amor permanece para sempre...

Ó Amor, infinito Amor que sustentas todas as coisas que criastes; e que mesmo sendo negado por tuas criaturas de comportamentos mal fadados, continuas a acolhe-nos pelo perdão dos pecados a fim de que tenhamos a vida eterna que é só tua. E por teu Filho que nos enviastes, queres ser conhecido, aceito e amado e propagado retamente como Aquele que É e sempre Será e que conosco permanecerá num convívio de eterno amor.

Senhor, quanto tempo falta ainda para restaurares todas as coisas à originalidade impecável de teu propósito divino? É certo que nos redimistes pela cruz de Jesus, mas, Senhor, essa nossa humanidade permanece exacerbadamente mergulhada em pecados cada vez mais horrendos como se tu não existisses e como se tudo que existe fosse criado para um fim trágico...

Senhor, dá-nos uma resposta depressa antes que todos nos percamos definitivamente com tudo o que criastes, pois, sem a tua presença amorosa, tudo o que existe volta a ser nada; porque, de fato, pelos pecados que praticamos nenhum de nós te merecemos.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

terça-feira, 21 de junho de 2011

POR ISSO FAÇO ESSA MINHA ORAÇÃO
















POR ISSO FAÇO ESSA MINHA ORAÇÃO

Senhor livra-nos do mal...
Dá-nos ser constantes em tua graça...
para nunca mais sairmos dela...
Porque sem Ti nada somos...
Nada podemos...
Nada de bom fazemos...

Ó Senhor que a tua força divina nos sustente...
Pois nossa humanidade Te precisa, Te suplica...
Não Te demores mais...
Porque a morte bate toda hora à nossa porta...
Tirando todo nosso sossego...
Por isso o medo, a inquietude, o perigo...
Ó Senhor, o que seria de nós sem a tua Presença aqui?

Por isso, Senhor, te faço essa urgente oração...
Pedindo clemência e perdão para os nossos pecados...
Como Moisés no deserto,
apresenta-nos ao Pai e roga por nós...
Para não pecarmos mais...
Assim viveremos livres do mal...
e das consequências do pecado...
E o teu reinado se estabelecerá para sempre sobre nós...

Por isso, Senhor Jesus, vem...
Acaba com essa agonia e tristeza...
que assola nossa natureza conturbada...
onde o pecado parece reinar...
É por isso que este mundo está um inferno, cercado de perdição...
Cheio de armadilhas e ilusões que muitos teimam cultivar...

Ó Senhor, onde vai parar este mundo do jeito que está indo?
Não deixes que os poucos justos que ainda existem se percam com ele...
Por isso faço essa minha oração...
Sei que ela é insegura...
Mas é devido a amargura de fé vacilante...
Pois é como disseste Senhor:
“Quando vier o Filho do Homem,
acaso achará fé sobre a terra?” (Lc 18,8b).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/"><img alt="Creative Commons License" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/2.5/br/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dc="http://purl.org/dc/elements/1.1/" href="http://purl.org/dc/dcmitype/Text" property="dc:title" rel="dc:type">FREI FERNANDO, VIDA, F&#201; E POESIA</span> by <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="www.freifernando.net" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">Frei Fernando,OFMConv.</a> is licensed under a <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/">Creative Commons Atribui&#231;&#227;o-Uso N&#227;o-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licen&#231;a 2.5 Brasil License</a>.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

ORAÇÃO DO ABANDONO (CHARLES DE FOUCAULD)


















ORAÇÃO DO ABANDONO (CHARLES DE FOUCAULD)

Charles de Foucauld, nascido em 1858, em Estrasburgo (França), após a sua Primeira Comunhão, perdeu a fé e entregou-se à licenciosidade. Tornou-se oficial militar e foi servir na África. No seu ritmo de idas e vindas foi sequestrado. Começou então a repensar sua religião.

Buscou um sacerdote para pedir-lhe esclarecimentos e dele ouviu essas palavras: “Ajoelha-te e confessa-te!”. Charles o fez, e disse, mais tarde, ter sido inundado por luz e paz. Tornou-se monge trapista na Terra Santa.
“Assim que eu acreditei que existe um Deus, entendi que não podia fazer outra coisa senão viver somente por Ele”

“Meu apostolado deve ser um apostolado da bondade. Ao me ver, as pessoas devem dizer ‘Se este homem é tão bom, sua religião deve ser boa.”

Preferindo a vida eremítica, passou a viver heroicamente no deserto do Saara, dedicando-se aos muçulmanos mais pobres.

“Continuar no Saara a vida escondida de Jesus em Nazaré, não para pregar, mas para viver a solidão, a pobreza, o humilde trabalho de Jesus”.

“Quando amamos, queremos nos comunicar sem cessar ao ser que amamos, ou ao menos o contemplar sem cessar, a oração não é outra coisa: uma conversa familiar com nosso Bem-amado. O olhamos, dizemos que o amamos, desfrutamos de estar a seus pés, lhe dizemos que queremos assim viver e morrer”.

Foi assassinado enquanto rezava, em 1916. Sua morte aconteceu na solidão de não ter nenhum discípulo que continuasse sua missão. Mas depois de sua morte, seu testemunho e espiritualidade inspirou numerosas comunidades religiosas, principalmente na França.
“Quando o grão de trigo cai na terra e não morre, ele fica sozinho, se ele morre, produz muitos frutos; enquanto ainda não morri, também continuo sozinho… Rezai por minha conversão afim de que morrendo eu produza frutos”.

Sua beatificação se deu em 13 de novembro de 2005, em Roma.

Paz e Bem!

domingo, 19 de junho de 2011

QUEM NOS SEPARARÁ DO AMOR DE DEUS?


















QUEM NOS SEPARARÁ DO AMOR DE DEUS?

O amor é a maior de todas as virtudes, por ele os homens e mulheres de fé chegam à perfeição desejada por Deus que é Amor Infinito. Quem não ama não vive, porque o amor é o fundamento de toda vida e o verdadeiro sentido da realização humana.

Amar é o mesmo que dar: dar a vida, a salvação, a paz, a eternidade, a felicidade porque é  assim que Deus nos ama; pois Ele é o verdadeiro doador de todos os dons, é Dele que recebemos a graça em toda a sua plenitude; a satisfação, a realização, a santificação de nossas almas; sem Ele nada há, porém, em meio a esse mistério da vida, precisamos corresponder ao seu amor para que ele transborde de nossas almas como fonte inesgotável de paz.

Para São João, corresponder ao amor de Deus significar observar seus santos mandamentos que começa com o amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. “Quem observa os seus mandamentos permanece em (Deus) e (Deus) nele. É nisto que reconhecemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu”

“Eis o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, como ele nos mandou. Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte. Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós. Também nós outros devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos”.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/"><img alt="Creative Commons License" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/2.5/br/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dc="http://purl.org/dc/elements/1.1/" href="http://purl.org/dc/dcmitype/Text" property="dc:title" rel="dc:type">FREI FERNANDO, VIDA, F&#201; E POESIA</span> by <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="www.freifernando.net" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">Frei Fernando,OFMConv.</a> is licensed under a <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/">Creative Commons Atribui&#231;&#227;o-Uso N&#227;o-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licen&#231;a 2.5 Brasil License</a>.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

NOSSA ORAÇÃO É PÚBLICA E UNIVERSAL












NOSSA ORAÇÃO É PÚBLICA E UNIVERSAL

Antes do mais, o Doutor da paz e Mestre da unidade não quis que cada um orasse sozinho e em particular, como rezando para si só. De fato, não dizemos: Meu Pai que estais no céus; nem: Meu pão dai-me hoje. Do mesmo modo não se pede só para si o perdão da dívida de cada um ou que não caia em tentação e seja livre do mal, rogando cada um para si. Nossa oração é pública e universal e quando oramos não o fazemos para um só, mas para o povo todo, já que todo o povo forma uma só coisa. O Deus da paz e Mestre da concórdia, que ensinou a unidade, quis que assim orássemos, um por todos, como ele em si mesmo carregou a todos.

Os três jovens, lançados na fornalha ardente, observaram esta lei da oração, harmoniosos na prece e concordes pela união dos espíritos. A firmeza da Sagrada Escritura o declara e, narrando de que maneira eles oravam, apresenta-os como exemplo a ser imitado em nossas preces, a fim de nos tornarmos semelhantes a eles. Então, diz ela, os três jovens, como por uma só boca, cantavam um hino e bendiziam a Deus. Falavam como se tivessem uma só boca e Cristo ainda não lhes havia ensinado a orar.

Por isto a palavra foi favorável e eficaz para os orantes. De fato, a oração pacífica, simples e espiritual, mereceu a graça do Senhor. Do mesmo modo vemos orar os apóstolos e os discípulos, depois da ascensão do Senhor. Eram perseverantes, todos unânimes na oração com as mulheres e Maria, a mãe de Jesus, e seus irmãos. Perseveravam unânimes na oração, manifestando tanto pela persistência como pela concórdia de sua oração, que Deus que os faz habitar unânimes na casa, só admite na eterna e divina casa aqueles cuja oração é unânime. De alcance prodigioso, irmãos diletíssimos, são os mistérios da oração dominical! Mistérios numerosos, profundos, enfeixados em poucas palavras, porém, ricas em força espiritual, encerrando tudo o que
nos importa alcançar!

Rezai assim, diz ele: Pai nosso, que estais nos céus. O homem novo, renascido e, por graça, restituído a seu Deus, diz, em primeiro lugar, Pai, porque já começou a ser filho. Veio ao que era seu e os seus não o receberam. A todos aqueles que o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, aqueles que creem em seu nome. Quem, portanto, crê em seu nome e se fez filho de Deus, deve começar por aqui, isto é, por dar graças e por confessar-se filho de Deus ao declarar ser Deus o seu Pai nos céus.

Paz e Bem!

Fonte: Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir - (Nn.8-9: CSEL 3,271-272) - (Séc.III)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO


















PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO

O Senhor mandou batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, quer dizer, professando a fé no Criador, no Filho e no que é chamado Dom de Deus. Um só é o Criador de todas as coisas. Pois um só é Deus Pai, de quem tudo procede; um só é o Filho Unigênito, nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tudo foi feito; e um só é o Espírito, que foi dado a todos nós.

Todas as coisas são ordenadas segundo suas capacida­des e méritos: um só é o Poder, do qual tudo procede; um só é o Filho, por quem tudo começa; e um só é o Dom, que é penhor da esperança perfeita. Nada falta a tão grande per­feição. Tudo é perfeitíssimo na Trindade, Pai, Filho e Espí­rito Santo: a infinidade no Eterno, o esplendor na Imagem, a atividade no Dom.

Escutemos o que diz a palavra do Senhor sobre a ação do Espírito em nós: Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de compreendê-las agora (Jo 16,12), É bom para vós que eu parta: se eu me for, vos mandarei o Defensor (cf. Jo 16,7). Em outro lugar: Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará uni outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade (Jo 14,16-17). Ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anuncia­rá. Ele me glorificará porque receberá do que é meu (Jo 16,13-14).

Estas palavras, entre muitas outras, foram ditas para nos dar a conhecer a vontade daquele que confere o Dom e a natureza e a perfeição do mesmo Dom. Por conseguinte, já que a nossa fraqueza não nos permite compreender nem o Pai nem o Filho, o Dom que é o Espírito Santo estabelece um certo contato entre nós e Deus, para iluminar a nossa fé nas dificuldades relativas à encarnação de Deus.

Assim, o Espírito Santo é recebido para nos tornar capazes de compreender. Como o corpo natural do homem permaneceria inativo se lhe faltassem os estímulos necessá­rios para as suas funções - os olhos, se não há luz ou não é dia, nada podem fazer; os ouvidos, caso não haja vozes ou sons, não cumprem seu ofício; o olfato, se não sente nenhum odor, para nada serve; não porque percam a sua capacidade natural por falta de estímulo para agir - assim é a alma humana: se não recebe pela fé o Dom que é o Espírito, tem certamente uma natureza capaz de conhecer a Deus, mas falta-lhe a luz para chegar a esse conhecimento.

Este Dom de Cristo está inteiramente à disposição de todos e encontra-se em toda parte; mas é dado na medida do desejo e dos méritos de cada um. Ele está conosco até o fim do mundo; ele é o consolador no tempo da nossa espera; ele, pela atividade dos seus dons, é o penhor da nossa esperança futura; ele é a luz do nosso espírito; ele é o esplendor das nossas almas.

Responsório Cf. Jo 16,5.6; 14,1.16; 16,7

R. Já é tempo de eu voltar para o Pai que me enviou;
que o vosso coração não se perturbe ou fique triste!
Rogarei por vós ao Pai
e ele mesmo haverá de guardar-vos, aleluia.
V. Se eu não for, não há de vir o Paráclito a vós;
mas se eu for o enviarei. Rogarei.

Oração
Ó Deus, pela glorificação do Cristo e pela iluminação do Espírito Santo, abristes para nós as portas da vida eterna. Fazei que, participando de tão grandes bens, nos tornemos mais dedicados a vosso serviço e cresçamos constantemente na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Demos graças a Deus.

Paz e Bem!

Fonte: Do Tratado Sobre a Trindade, de Santo Hilário, bispo - (Lib. 2,1.33.35: PL 10,50-51.73-75) (Séc. IV).

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O ESPÍRITO SANTO TRANSFORMA E COMUNICA UMA VIDA NOVA














O ESPÍRITO SANTO TRANSFORMA E COMUNICA UMA VIDA NOVA

Cristo tinha cumprido a sua missão sobre a terra, e para nós havia chegado o momento de entrarmos em comunhão com a natureza divina do Verbo. Era preciso que a nossa vida anterior fosse transformada em outra diferente, come­çando um novo estilo de vida em santidade. Ora, isto só podia ser realizado pela participação do Espírito Santo. O tempo mais oportuno para o envio do Espírito Santo e sua descida sobre nós foi o que se seguiu à ascensão de Cristo nosso Salvador.

De fato, enquanto Cristo vivia visivelmente entre os seus fiéis, ele mesmo, segundo julgo, dispensava-lhes todos os bens. Mas quando chegou o momento estabelecido para subir ao Pai celeste, era necessário que ele continuasse presente no meio de seus fiéis por meio do Espírito e habitasse pela fé em nossos corações, a fim de que pudésse­mos clamar com toda confiança: Aba - ó Pai! (Rm 8,15). E ainda nos tornássemos capazes de progredir sem demora no caminho da perfeição, superando com fortaleza invencível as ciladas do demônio e as perseguições dos homens, graças à assistência do Espírito todo-poderoso.

Não é difícil demonstrar, com o testemunho das Escri­turas, tanto do Antigo como do Novo Testamento, que o Espírito transforma e comunica uma vida nova àqueles em quem habita. O servo de Deus Samuel, dirigindo-se a Saul, diz: O Espírito do Senhor virá sobre ti e tu te tomaras outro homem (cf. ISm 10,6). E São Paulo afirma: Todos nós, porém, com o rosto descoberto, contemplamos e refletimos a glória do Senhor, e assim seremos transformados à sua imagem, pelo seu Espírito. Pois o Senhor é Espírito (2Cor 3,18.17).

Vês como o Espírito transforma noutra imagem aqueles em quem habita? Facilmente ele os faz passar do amor das coisas terrenas à esperança das realidades celestes, e do temor e da indecisão à firme e generosa fortaleza de alma. Foi o que sucedeu com os discípulos: animados e fortaleci­dos pelo espírito, nunca mais se deixaram intimidar pelos seus perseguidores, permanecendo inseparavelmente uni­dos e fiéis ao amor de Cristo.

É verdade, portanto, o que diz o Salvador: É bom para vós que eu volte para os céus (cf. Jo 16,7), porque tinha chegado o tempo de o Espírito Santo descer sobre eles.

Responsório (Jo 16,7b.l3)

R. Se eu não for, não há de vir o Paráclito a vós;
mas se eu for, o enviarei.
* Quando, porém, vier a vós o Espírito da verdade,
ele a vós ensinará toda a verdade, aleluia.
V. Não falará sobre si mesmo, mas dirá tudo o que ele ouvir
e a vós anunciará as coisas todas que hão de vir.
* Quando, porém.

Oração:
Nós vos pedimos, ó Deus, que o vosso Espírito nos transforme com a força dos seus dons, dando-nos um coração capaz de agradar-vos e de aceitar a vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Demos graças a Deus.

Paz e Bem!

Fonte: Do Comentário sobre o Evangelho de João, de São Cirilo de Alexandria, bispo - (Lib. 10,16,6-7: PG 74,434) (Séc. V)


segunda-feira, 6 de junho de 2011

BRANDA E SUAVE É SUA APROXIMAÇÃO














BRANDA E SUAVE É SUA APROXIMAÇÃO

A água viva do Espírito Santo

A água que eu lhe der se tornará nele fonte de água viva, que jorra para a vida eterna (Jo 4,14). Água diferente, esta que vive e jorra; mas jorra apenas sobre os que são dignos dela. Por que motivo o Senhor dá o nome de "água" à graça do Espírito Santo? Certamente porque tudo tem necessidade de água; ela sustenta as ervas e os animais. A água das chuvas cai dos céus; e embora caia sempre do mesmo modo e na mesma forma, produz efeitos muito variados.

De fato, o efeito que produz na palmeira não é o mesmo que produz na videira; e assim em todas as coisas, apesar de sua natureza ser sempre a mesma e não poder ser diferente de si própria. Na verdade, a chuva não se modifica a si mesma em qualquer das suas manifestações. Contudo, ao cair sobre a terra, acomoda-se às estruturas dos seres que a recebem, dando a cada um deles o que necessita.

Com o Espírito Santo acontece o mesmo. Sendo único, com uma única maneira de ser e indivisível, distribui a graça a cada um conforme lhe apraz. E assim como a árvore ressequida, ao receber água, produz novos rebentos, assim também a alma pecadora, ao receber do Espírito Santo o dom do arrependimento, produz frutos de justiça. O Espírito tem um só e o mesmo modo de ser; mas, por vontade de Deus e pelos méritos de Cristo, produz efeitos diversos.

Serve-se da língua de uns para comunicar o dom da sabedoria; ilumina a inteligência de outros com o dom da profecia. A este dá o poder de expulsar os demônios; àquele concede o dom de interpretar as Sagradas Escrituras. A uns fortalece na temperança, a outros ensina a misericórdia; a estes inspira a prática do jejum e como suportar as austeridades da vida ascética; e àqueles o domínio das tendências carnais; a outros ainda prepara para o martírio. Enfim, manifesta-se de modo diferente em cada um, mas permanece sempre igual a si mesmo, como está escrito: A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (ICor 12,5).

Branda e suave é a sua aproximação; benigna e agradá­vel é a sua presença; levíssimo é o seu jugo! A sua chegada é precedida por esplêndidos raios de luz e ciência. Ele vem com o amor entranhado de um irmão mais velho: vem para salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer, consolar, ilu­minar a alma de quem o recebe, e, depois, por meio desse, a alma dos outros. Quem se encontra nas trevas, ao nascer do sol recebe nos olhos a sua luz, começando a enxergar claramente coisas que até então não via. Assim também, aquele que se tornou digno do Espírito Santo, recebe na alma a sua luz e, elevado acima da inteligência humana, começa a ver o que antes ignorava.

Paz e Bem!

Fonte: Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo - (Cat. 16, De Spiritu Sancto 1,11-12.16: PG 33,931-935.939-942)(Séc. IV)

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