VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

"VIGIAI, POIS..."


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mt 25,1-13)(30/8/24)

1. Caríssimos a liturgia deste dia nos chama a atenção para o tema da vigilância ou preparação. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus conta a parábola das dez virgens convidadas para participar das núpcias de um noivo, cinco delas estavam preparadas com as lâmpadas acesas e o óleo de reserva; as outras cinco por imprudência se esqueceram do óleo de reserva.
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2. Ora, para entender melhor essa parábola façamos uma analogia: as dez virgens representam a humanidade convidada para as núpcias do Senhor Jesus no Reino dos céus, pois, todos os homens e mulheres, quais as virgens da parábola, somos os convidados e o noivo já está a caminho; o nosso viver é o meio pelo o qual o encontramos, todavia, precisamos nos preparar para esse encontro.
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3. Por isso, perguntemo-nos, como nos preparar devidamente? Comentando sobre essa preparação, disse o Papa Francisco: "A lâmpada é o símbolo da fé que ilumina a nossa vida, enquanto o óleo é o símbolo da caridade que alimenta, que torna fecunda e credível a luz da fé. 
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4. "A condição para estarmos prontos para o encontro com o Senhor não é apenas a fé, mas uma vida cristã rica de amor e de caridade pelo próximo." Pois, estas virtudes nos ilumina e nos faz irradiar a luz da esperança divina sobre todos.
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5. Porque, "Se nos deixarmos guiar por aquilo que parece mais cômodo, pela busca dos nossos interesses, a nossa vida torna-se estéril, incapaz de dar vida aos outros, e não acumulamos reserva alguma de óleo para a lâmpada da nossa fé; e ela — a fé — apagar-se-á no momento da vinda do Senhor, ou ainda antes.
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6. Ao contrário, se formos vigilantes e procurarmos praticar o bem com gestos de amor, partilha e serviço ao próximo em dificuldade, poderemos permanecer tranquilos enquanto esperamos a vinda do esposo. 
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7. O Senhor poderá chegar a qualquer momento, e nem sequer o sono da morte nos apavora, porque dispomos de uma reserva de óleo, acumulada com as boas obras de todos os dias. A fé inspira a caridade, e a caridade preserva a fé."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA...


 O MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA (Mc 6,17-29)(29/8/24)

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1. Caríssimos, a vida de São João Batista desde sua concepção milagrosa, seu encontro com o Senhor ainda no ventre de sua mãe, por ocasião da visita de Maria à Isabel, até o seu martírio, foi toda dedicada à sua missão de ser o precursor do Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo. 
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2. Ora, o que significa para nós esse exemplo de São João Batista? Significa que Deus nos criou para dedicarmos a Ele toda a nossa vida, todo o nosso tempo, todo o nosso viver, pois Ele é o único sentido do nosso ser e estar neste mundo. João foi assassinado por denunciar o pecado de adultério do rei Herodes contra seu irmão Filipe, isto é, por dizer a verdade. 
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3. De fato, quando nos entregamos totalmente aos cuidados do Senhor, tudo em nossa vida passa a ser conduzido pelo Espírito Santo, até mesmo as perseguições por causa de Cristo e do santo Evangelho, como vimos nas leituras desta celebração da memória do martírio de São João Batista.
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4. Com efeito, "o santo precursor do nascimento, da pregação e da morte do Senhor mostrou o vigor de seu combate, digno dos olhos divinos, como diz a Escritura: E se diante dos homens sofreu tormentos, sua esperança está repleta de imortalidade (cf.Sb 3,4)."
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5. Então, "Temos razão de celebrar a festa do dia do nascimento [para o céu] daquele que o tornou solene para nós por sua morte, e o ornou com o róseo fulgor de seu sangue. É justo venerarmos com alegria espiritual a memória de quem selou com o martírio o testemunho que deu em favor do Senhor."
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6. Caríssimos,"Não há que duvidar, se São João suportou o cárcere e as cadeias, foi por nosso Redentor, de quem dera testemunho como precursor. Também por ele deu a vida. O perseguidor não lhe disse que negasse a Cristo, mas que calasse a verdade. No entanto ele morreu por Cristo que disse: Eu sou a verdade (Jo 14,6)." (São Beda).
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7. Destarte, "São João Batista é para todos nós uma testemunha brilhante que inicia uma linha ininterrupta de testemunhas que continuam a pagar com a própria vida até hoje por sua fidelidade a Cristo e ao seu reino de verdade, justiça e paz." (Mons. Ângelo Spina).
Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

AI DE VÓS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 23,13-22)(26/8/24)

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1. Caríssimos, as ideologias políticas, religiosas ou de qualquer outra vertente, são vendas espirituais que cegam aqueles que as professa, isto porque tais ideólogos se acham donos da verdade; quando na realidade, a distorcem e a negam, e têm consciência disso. 
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2. De fato, eles sabem que estão mergulhandos no mar de lama das contradições que vivem, ou seja, são incoerentes, compunsivos, hipócritas irredutíveis, de modo que, usam todo tipo de falcatruas e enganos para atingir os seus interesses mesquinhos e seus adversários. 
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3. No tempo de Jesus essa postura era muito comum entre os fariseus, saduceus, mestres da lei, escribas, herodianos, romanos, etc. Mas hoje em dia não é diferente daquele tempo, basta lançar um olhar de discernimento sobre nós mesmos e sobre a nossa sociedade e perguntar: Senhor, será que estamos vivendo coerentemente conforme os valores do teu Santo Evangelho? Será que estamos praticando a vontade do Pai tal qual nos ensinastes?
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4. A liturgia de hoje nos ensina a via perfeita para a prática da vontade de Deus. Primeiro, se faz necessário deixar os ídolos e suas ideologias a que nos apegamos, porque somente assim serviremos verdadeiramente ao Senhor em santidade e justiça. 
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5. Mas, quais são estes ídolos? São Paulo nos responde essa pergunta: "Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos. Nada de obscenidades, de conversas tolas ou levianas, porque tais coisas não convêm; em vez disto, ações de graças. 

6. Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento - verdadeiros idólatras! - terá herança no Reino de Cristo e de Deus. E ninguém vos seduza com vãos discursos. Estes são os pecados que atraem a ira de Deus sobre os rebeldes. Não vos comprometais com eles. (Ef 5,3-7).
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7. Portanto, caríssimos, tudo o que o Senhor nos ensina são lições de vida pelas quais nos exercitamos, para com Ele entrarmos na glória de Deus Pai à medida que nos deixamos conduzir por seu Santo Espírito. 
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8. Bem como nos ensinou São Paulo: "Portanto, irmãos, não somos devedores da carne, para que vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." (Rm 8,12-14).
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9. Por fim, meditemos com estas palavras de São Clemente de Roma: "Pela sua vontade onipotente, Deus quer que todos aqueles que ama participem da conversão. É por isso que devemos obedecer à sua magnífica e gloriosa vontade. Imploremos humildemente a sua misericórdia e a sua bondade, e confiemo-nos à sua compaixão, abandonando preocupações frívolas, discórdia e inveja, que só conduzem à morte.
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10. Sejamos humildes, meus irmãos, rejeitemos todos os sentimentos de orgulho, de jactância, de vaidade e de cólera. Agarremo-nos firmemente aos preceitos e aos mandamentos do Senhor Jesus, tornando-nos dóceis e humildes diante das suas palavras. Pois diz o texto sagrado: "Para quem voltarei o meu olhar, senão para o homem humilde e pacífico, que teme as minhas palavras?" (Is 66,2).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

SENHOR JESUS, SÓ TU TENS PALAVRAS DE VIDA ETERNA...


 Homilia do 21° Dom do Tempo Comum (Jo 6,60-69)(25/8/24)

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1. Caríssimos, a liturgia deste domingo nos mostra a reação de alguns dos discípulos ao ouvirem as palavras inquietantes de Jesus, que lhes disse da necessidade de comer a sua carne e beber o seu sangue para permanecer Nele e ter a vida eterna. 
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2. Bem como narra são João: "Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: Isto é muito duro! Quem o pode admitir? Desde então, se retiraram e já não andavam com ele." (Jo 6,60.66). Por que eles deixaram de seguir Jesus? Por conta da obscuridade gerada pela incredulidade que havia nos seus corações.
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3. O santo Padre, o Papa Francisco, numa de suas audiências, disse o seguinte à respeito desse episódio: "As palavras de Jesus sempre nos põem em crise, por exemplo diante do espírito do mundo, da mundanidade. Mas Jesus oferece a chave para superar as dificuldades: uma chave composta por três elementos.
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4. Primeiro, a sua origem divina: Ele desceu do céu e subirá «para onde estava antes» (v. 62). Segundo: as suas palavras só podem ser compreendidas mediante a ação do Espírito Santo, Aquele «que dá a vida» (v. 63), pois, é precisamente o Espírito Santo que nos faz entender bem o Senhor Jesus. Terceiro: a verdadeira causa da incompreensão das suas palavras é a falta de fé: "Mas há alguns entre vós que não crêem" (v. 64), diz Jesus." 
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5. Ora, diante das diserções "de muitos dos seus discípulos," Jesus perguntou aos Apóstolos: "Vós também vos quereis ir embora?” Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.
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6. Portanto, caríssimos, cabe a cada um de nós perguntar, quem realmente é Jesus para mim? Será que o conheço de verdade? Como me relaciono com Ele? Destarte, precisamos viver a nossa intimidade com o Senhor como Ele nos ensinou nesse Evangelho: "O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida." (Jo 6,63).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 24 de agosto de 2024

O MARTÍRIO DE SÃO BARTOLOMEU...

Martírio de S. Bartolomeu (Jo 1,45-51 (24/8/24)
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1. Amados irmãos e amadas irmãs, o nosso mundo atualmente vive mergulhado num mar revolto de mentiras e de disputas pelos bens materiais e pelo poder temporal; é como se a nossa vida se resumisse ao que vivemos no tempo, por isso, muitos buscam tirar proveito de tudo e de todos não levando em conta os mandamentos da lei de Deus, especialmente o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
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2. A liturgia de hoje vem nos alertar para que não nos deixemos prender por aquilo que é transitório, passageiro, temporal, porque tudo que se encontra no tempo não passa de cinzas; por isso, nos concentremos na busca da cidade santa, a Jerusalém celeste, como vimos na primeira leitura.
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3. Aliás, São Paulo, já havia nos ensinado isto: "Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória." (Cl 3,1-4).
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4. A Igreja hoje celebra o martírio de São Bartolomeu, o Apóstolo que recebeu um belíssimo elogio do Senhor Jesus por sua sinceridade. Também nesse mesmo encontro ele recebeu a revelação de como seria a vinda gloriosa do Senhor: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. (Jo 1,51).
5. Portanto, caríssimos, alegremo-nos com São Bartolomeu por ter dado a sua vida por amor a Cristo e ao seu Evangelho, peçamos a sua intercessão para sermos perseverantes até o fim como Ele o foi no seu martírio ao ser esfolado vivo. Que o Senhor tenha compaixão de nós perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
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6. Destarte, meditemos com amor e atenção estas palavras do Papa Bento XVI: "Conhecer a Deus, conhecer a Cristo significa amá-lo, tornando-se um só com Ele em virtude de conhecer e amar. A nossa vida torna-se, portanto, uma vida autêntica, verdadeira e eterna, se conhecermos Aquele que é a fonte de todo o ser e de toda a vida. 
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7. Assim, a palavra de Jesus torna-se um convite para nós: tornemo-nos seus amigos, procuremos conhece-lo cada vez mais! Vivamos em diálogo com ele! Aprendamos com ele a vida justa, tornemo-nos suas testemunhas! Então seremos pessoas que amam e faremos o que é correto. Desse modo, viveremos na verdade." (Bento XVI - Santa Missa da Ceia do Senhor, 1º de abril de 2010).

Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Vivendo cada dia no Senhor...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,44-46)(23/8/24).

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, o nosso bem viver consiste em permanecer na presença de Deus por seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, na graça do Espírito Santo. Por isso, não podemos esquecer que o nosso agir é sempre novo, porque agimos com Cristo, por Cristo e em Cristo; é isso que nos faz permanecer Nele.
2. Em outras palavras, é a vivência da fé, acompanhada pela caridade e a esperança, de modo que o nosso viver se traduz numa real expressão da vontade de Deus, em meio às tempestades do mar revolto deste mundo.
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3. Com efeito, esta liturgia de hoje nos mostra que o agir cristão não é uma propaganda pessoal ou institucional, mas sim a vivência das virtudes que revelam Cristo que nos liberta de tudo o que há neste mundo que não é a vontade de Deus. 
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4. Na primeira leitura são Paulo assim nos exorta: "Irmãos, quem se gloria, glorie-se no Senhor. Pois é aprovado só aquele que o Senhor recomenda e não aquele que se recomenda a si mesmo." (2Cor 10,17-18). Ou seja, tudo o que em nós não é de Cristo, nos impede de sermos autênticos discípulos.
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5. De fato, fomos amados até a última gota do sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, derramado em expiação pelos nossos pecados, tal qual nos ensina são Paulo: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor." (Ef 5,1-2).
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6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus fez uma analogia do que seja o Reino de Deus, comparando-o com um tesouro escondido num campo ou com uma pérola de grande valor, e que para possui-lo é preciso se desfazer de tudo o que temos, isto é, de todos os valores passageiros, até de nós mesmos, para dar a Deus tudo o que somos e vivemos, e assim possuirmos o Seu Reino.
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7. Portanto, caríssimos, sigamos o exemplo da primeira santa Latino-americana, santa Rosa de Lima, que a Igreja hoje celebra, ela que muito se exercitou na penitência, na obediência e humildade, dedicando seu amor a Cristo, e oferecendo todo esforço caritativo para o bem e a salvação de todos. 
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8. Destarte, é bem como ela mesma dizia: "Se os homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e padeceriam de bom grado qualquer pena, porque a graça é fruto da paciência". Ou seja, de quem busca fazer em tudo a vontade de Deus esperando firme na fé o cumprimento das suas promessas.
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Santa Rosa de Lima, rogai por nós!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

Santa Mãe de Deus, rainha do céu e da terra...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,26-38)(22/8/24)

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1. Caríssimos, a liturgia de hoje celebra o acontecimento mais esperado desde toda a eternidade, o encontro do Criador com a mais humilde de suas criaturas, em quem Ele cumpriu todas as suas promessas feitas por meio dos patriarcas e profetas no Antigo Testamento. 
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2. Por exemplo, pelo anúncio do Arcanjo Gabriel, Deus cumpriu a profecia de Isaías (cf. Is 7,14) e se fez homem no seio da Virgem Maria sem deixar de ser Deus; e assim divinizou a natureza humana começando por Sua Mãe.
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3. Com efeito, pela encarnação do Verbo, Seu Filho amado; Deus "fez nova todas as coisas", tornando Maria Santíssima a Mãe da nova humanidade, gerada pelo Espírito Santo. 
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4. Desse modo, o Senhor nos libertou do pecado e de suas consequências eternas, pois, por Jesus, o Cordeiro imolado; por Seu Sangue derramado, perdoa e apaga os nossos pecados, nos fazendo participantes da sua Natureza Divina e do Seu Reino de amor.
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5. Decerto, o sim de Maria é o ponto de partida da nossa redenção e da nossa felicidade eterna, porque foi a partir do seu sim que Deus se deu a conhecer por Seu próprio Filho; quem Ele é, como derrama as suas graças, como realiza seus prodígios, como nos fala, o que espera de nós e quais os últimos acontecimentos da nossa história. 
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6. Ora, felizes de nós porque temos uma mãe que nos foi dada pelo próprio Deus, Maria Santíssima, a Virgem Imaculada, Rainha das anjos e dos santos e santas e de todos os homens e mulheres redimidos por seu amado Filho nosso Senhor Jesus Cristo. 
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7. Portanto, caríssimos, o acontecimento da encarnação do Verbo de Deus, é único e definitivo, pois, jamais se repetirá na história humana. Bem como está escrito no prólogo do Evangelho de São João: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade." (Jo 1,14).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,23-30)(20/8/24). 


1. Caríssimos irmãos e irmãs, o mundo em que vivemos se fundamente na furtuna que os homens acumulam para poderem mais, e assim ajuntam para si um poder ilusório que não passa de um sopro, pois é isto que somos naturalmente, um simples sopro, nada mais.
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2. Com efeito, neste mundo quase ninguém quer saber de sofrimento para si, no entanto, quantos não fazem os outros sofrerem? De fato, a lei que impera de norte a sul é a lei de quem tem mais, por isso, para quem pensa assim, a vida humana só tem algum valor se lhes aumenta a fortuna, caso contrário, que morram a míngua, pois mão de obra barata não lhes falta. 
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3. E com isso se acumula também a injustiça, a ganância e a corrupção, deixando um rastro de morte, ditando que a lei do mais fraco é não existir. Por isso, escutemos o Senhor: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”.
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4. Decerto, depois de ouvirmos estas Palavras do Senhor Jesus compreendemos que o julgamento já está posto, então, que os homens pesem os seus atos na balança da justiça divina, não esquecendo de suas consequências, pois é aqui que definimos o nosso devir eterno. 

5. Portanto, caríssimos, para muitos a vida torna-se um fardo pesado, porque geralmente quem não dá sentido ao seu viver, é rico daquilo que passa, mas não dos valores eternos para os quais o Senhor nos convida; basta escuta-lo e seguir fielmente a sua Palavra de Vida Eterna como são Pedro, os outros Apóstolos e todos os santos e santas a seguiram. 
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6. Destarte, meditemos então com estas palavras da Ir Ana Maria Canopì comentando o evangelho de hoje: "O encontro com Jesus se renova a cada dia; ele nos chama novamente a segui-lo, e devemos ter a coragem de aceitar o convite de nos desapegarmos de nós mesmos para nos unir totalmente a ele. 
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7. Aqui reside o drama da liberdade: a possibilidade que temos de rejeitar o verdadeiro amor. No entanto, há sinais que nos ajudam a perceber que estamos caindo no engano. Se estamos tristes, se os outros são apenas um "problema", é um sinal de que em nós há um apego às riquezas ou uma preguiça que nos leva a escolher uma vida medíocre que nos impede de acolher Cristo em plena liberdade e alegria. 
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8. Jesus nos assegurou que, mesmo quando parece impossível vencer a resistência que sentimos dentro de nós, tudo é possível para Deus, desde que nos abramos à ação de sua graça. Vamos, então, colocar todo o nosso esforço em viver como discípulos com simplicidade e humildade, buscando o verdadeiro bem que é o próprio Deus. 
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9. Todos os dias o Senhor nos dá tudo o que precisamos e nada nos falta se nos voltarmos para Ele de todo o coração e com sinceridade." Por isso, precisamos escuta-lo humildemente e obedece-lo prontamente; porque, "Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros". (Mt 19,30).
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

domingo, 18 de agosto de 2024

SOL. DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA...


 Solenidade da Assunção de Nossa Senhora (Lc 1,39-56)(18/8/24)

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1. Caríssimos, hoje (no Brasil) a Santa Igreja celebra solenemente a Assunção de Nossa Senhora, Mãe de Jesus e nossa Mãe. Ora, celebrar esta Solenidade é celebrar a firme esperança de que assim como o céu acolheu a Assunção de Maria Santíssima, a Arca da Nova Aliança, também se prepara para acolher os que foram redimidos por seu amadíssimo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
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2. Mas, como entender esse Grande Mistério do amor de Deus pela humanidade? Ora, biblicamente ele não é uma novidade, pois, já aconteceu com Enoque que por ter agradado a Deus, foi arrebatado ao céu (cf. Gn 5,22-24); e de igual modo, o Profeta Elias foi elevado ao céu numa carruagem de fogo (cf. 2Rs 2,2-11). 
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3. Assim sendo, a Assunção de Nossa Senhora, é também um acontecimento bíblico, descrito por são Pedro, nos Atos dos Apóstolos, ao falar da Ressurreição de Jesus: "É, portanto, a ressurreição de Cristo que Davi previu e anunciou por estas palavras: "Ele não foi abandonado na região dos mortos, e sua carne não conheceu a corrupção." (At 2,36). Obviamente, a carne de Jesus, é Maria elevada por Ele ao céu em corpo e alma.
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4. Decerto, viver esse mistério e o celebrar solenemente é experimenta-lo na nossa miserável condição pela fé, pois, esse é o nosso maior desejo, ou seja, sermos elevados à glória de Deus totalmente redimidos de toda pecaminosidade e em pleno estado de santidade; pois, sabemos que Maria Santíssima, foi polpada do pecado original em vista da encarnação de se Divino Filho, que veio a este mundo para a nossa salvação.
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5. Portanto, caríssimos, glorifiquemos o Senhor Jesus por nos ter dado a graça de sermos com Ele filhos e filhas de sua Mãe Santíssima e gozarmos de sua proteção em vista dos méritos alcançados por ela, como cantou no Magnificat glorificando a Deus Pai por tão imensa dádiva.
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6. "Então Maria disse: "A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam." (Lc 1,46-50).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 17 de agosto de 2024

DEIXAI VIR A MIM AS CRIANÇAS, PORQUE DELAS É O REINO DOS CÉUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,13-15)(17/8/24)

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1. Caríssimos, "é preciso ser como criança para entrar no reino dos céus." Essa frase do Senhor Jesus resume bem a liturgia de hoje, pois, nos mostra o quanto precisamos trabalhar a salvação que Dele recebemos. Ou seja, viver a inocência recebida no Santo batismo.
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2 Bem como nos ensina São Paulo na sua Carta aos Filipenses: "Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor... Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar." (Fl 2,12-13).
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3. Pois, devido os pecados e os escândalos que se multiplicam cada dia na face da terra, não podemos esperar nada de bom por parte daqueles que os causam; no entanto, não podemos perder a esperança vendo tantos inocentes nascendo nas nossas famílias. 
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4. De fato, eles são os futuros discípulos de nosso Senhor Jesus Cristo, caso sejam bem orientadas, como ouvimos do Senhor: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. (Mt 19,14).
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3. Ora, o Senhor preza tanto a inocência das crianças que considera um dos piores pecados ofender ou abusar ao menos de uma delas: "Mas, se alguém fizer cair em pecado um destes pequenos que crêem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa!" (Mt 18,6-7).
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4. De fato, ser como crianças inocentes é nunca se deixar enganar por ideologias contrárias à Palavra do Senhor, pois, infelizmente virou moda o que chamam de "politicamente correto" apoiar ideologia de gênero, mudança de sexo, casamento homossexual, e outras tantas ideologias totalmente contrárias às leis naturais e divinas.
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5. Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor Jesus para vivermos com autenticidade a sua divina Palavra; de fato, não estamos aqui para julgar nem condenar ninguém; mas, também não podemos ser coniventes com os que fazem suas escolhas e decisões totalmente contrárias à vontade do Senhor expressa nos Seus santos mandamentos.
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6. São Paulo discorrendo sobre a nossa dignidade de filhos e filhas de Deus nos exorta: "Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual.
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7. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito." (Rm 12,1-2).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

O QUE DEUS UNIU O HOMEM NÃO SEPARE..


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,3-12)(16/8/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a razão de ser da nossa vida se encontra somente na vontade de Deus, porque somente Nele a vida tem seu começo e sua permanência; fora Dele tudo tende a um fim trágico. Ora, quem ao Senhor se confia nada lhe falta, porque Ele é a Fonte inesgotável do amor que gera a vida eterna. Sem essa confiança inabalável, quem pode se sustentar por si mesmo?
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2. Com efeito, Josué fez memória junto ao povo eleito, lembrando a constante proteção do Senhor ao longo de sua caminhada rumo à terra prometida, e como Ele os fez vencer todas as batalhas, mostrando assim o quanto lhes amava porque Nele confiavam.
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3. De fato, também nós experimentamos todas as graças do Senhor quando o amamos acima de todas as coisas e Nele confiamos inteiramente. Bem como reza o salmista: "Espera no Senhor e faze o bem; habitarás a terra em plena segurança. 
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4. Põe tuas delícias no Senhor, e os desejos do teu coração ele atenderá. Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele, e ele agirá. Como a luz, fará brilhar a tua justiça; e como o sol do meio-dia, o teu direito. Em silêncio, abandona-te ao Senhor, põe tua esperança nele." (Sl 36,3-7).
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5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus institui o Sacramento do Matrimônio mostrando que ele é o meio pelo qual Deus Pai santifica as nossas famílias, por isso, não comporta divisão, porque o amor é indivisível; de fato, onde existe divisão não existe amor nem existe paz. 
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6. A Constituição Dogmática «Gaudium et Spes», § 48, assim discorre a respeito do matrimônio: "O homem e a mulher, que, pela aliança conjugal, «já não são dois, mas uma só carne» (Mt 19,6), prestam-se recíproca ajuda e serviço com a íntima união das suas pessoas e atividades e, através desta união, tomam consciência da própria unidade e cada vez mais a realizam.
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7. Cristo Senhor abençoou copiosamente este amor com múltiplos aspectos, nascido da fonte divina da caridade e constituído à imagem da sua própria união com a Igreja (cf Ef 5,32). E permanece com eles, para que, assim como Ele amou a Igreja e Se entregou por ela (cf Ef 5,25), de igual modo os cônjuges, dando-se um ao outro, se amem com perpétua fidelidade."
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8. Certa feita, o Senhor me inpirou uma canção e em uma das estrofes digo: Se queres ser feliz te deixa iluminar, pelo amor que é eterno e te faz o irradiar. O amor é o próprio Deus, o amor é revelação da paz que não tem fim, o amor é salvação.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

SENHOR, QUANTAS VEZES DEVO PERDOAR MEUS IRMÃOS?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,21-19,1)(15/8/24).

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1. Caríssimos, o amor com que somos amados por Deus é incomparável; e nada nem ninguém jamais poderá superá-lo. De fato, somos obras de suas mãos, criados em seu Filho, Jesus Cristo, e por Ele adotados como filhos para o louvor da sua glória.
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2. É bem como escreveu São Paulo na Carta aos Colossenses: "Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e para ele." 
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3. E continua Paulo na Carta aos Efésios: "Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência." (Ef 1,7).
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4. E como vimos no Evangelho de hoje, a nossa redenção se dá por meio da remissão dos pecados, isto é, pelo perdão que recebemos e damos, pois, como disse o Senhor: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará." (Mt 6,14-15). Ou seja, o perdão é condição indispensável para a nossa salvação: "Perdoai, e sereis perdoados." (Lc 6,37).
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5. Ora, a prova de que Deus nos ama é a presença visível de Seu Filho no mundo nos dando conhecer quem Ele é, e como demonstra o seu amor perdoando os nossos pecados. Bem como escreveu São João: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3,16).
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6. Portanto, caríssimos, amar é perdoar sempre sem jamais deixar de fazê-lo, porque é isso o Deus faz conosco. "Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados." (1Jo 4,8-10).
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

O PODER DA ORAÇÃO COMUNITÁRIA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,15-20)(14/8/24).

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1. Caríssimos, a paz interior é fruto da graça santificante, que nasce da comunhão com o Senhor e entre nós seus filhos e filhas; mas nem sempre encontramos em nosso meio pessoas dispostas a cultiva-la e vive-la sem nunca deixar de faze-lo.
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2. Por isso, eis o que nos exorta são Paulo a esse respeito: "Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus." (Fl 2,2b-4).
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3. Desse modo, precisamos compreender que a eternidade que temos pela frente, nós já estamos vivendo dentro das nossas possibilidades; por isso, no Evangelho de hoje, o Senhor Jesus nos ensina a correção fraterna como meio mais eficaz para conservarmos a unidade e a paz, pois sem unidade não existe paz alguma entre nós. 
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4. Aliás, é bem como está escrito na Carta aos Hebreus: "Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor. Estai alerta para que ninguém deixe passar a graça de Deus, e para que não desponte nenhuma planta amarga, capaz de estragar e contaminar a massa inteira." (Hb 12,14-15). 
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4. Decerto, o que é mesmo a correção fraterna de que nos fala o Senhor? Escutemos, então, esta resposta que são Paulo nos dá: "Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão.
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5. E tem cuidado de ti mesmo, para que não caias também em tentação! Ajudai-vos uns aos outros a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de Cristo. Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo." (Gl 6,1-3).
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6. Portanto, caríssimos, não somos fiscais uns dos outros nem juízes, mas irmãos e irmãs que professam a mesma fé, por isso, devemos nos respeitar mutuamente, compreender e perdoar, evitando todo tipo malidecência ou palavras que causam transtorno e desentendimento, pois o céu é a morada dos que promovem a paz, como nos ensinou o Senhor: “Bem aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”. (Mt 5,9).
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7. Destarte, escutemos esta outra exortação de São Paulo: "Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem. Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção.
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8. Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como toda malícia. Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo." (Ef 4, 29-32).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

terça-feira, 13 de agosto de 2024

PRECISAMOS SER COMO CRIANÇAS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,1-5.10.12-14)(13/8/24)

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1. Caríssimos, quando em nossa naturalidade nos apegamos às coisas que passam esquecemos que somos almas viventes à caminho da eternidade; e, com isso, deixamos entrar em nossas atividades o espírito de egoísmo, que nos mantém escravos de nós mesmos e do maligno de quem provém todos os males.
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2. Com efeito, esta liturgia de hoje trata da liberdade dos filhos de Deus que consiste na inocência recebida do Senhor e vivida por amor a Ele e àqueles que encontramos em nosso dia a dia, mesmo quando não somos aceitos ou correspondidos em nosso modo de ser.
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3. No Evangelho de hoje os discípulos perguntam a Jesus: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” E como sempre o Senhor os surpreende com um gesto simples e palavras vivas de fácil compreensão: "Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: “Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Quem se faz pequeno como esta criança, este é o maior no Reino dos Céus."
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4. Com essas palavras o Senhor os libertou do espírito de vanglória, como havia dito: "Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado." (Jo 15,3). São Paulo na Carta aos Romanos, escreveu: "Vivei em boa harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisa modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos." (Rm 12,16).
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5. Portanto, caríssimos, nosso viver é uma resposta que damos a Deus, é correspondência ou não ao seu amor. Por isso, ao escutarmos o Senhor Jesus e pormos em prática a Sua Divina Palavra, é Ele mesmo que nos conduz à uma vida de santidade e justiça diante de Deus, nosso Pai. 
Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 11 de agosto de 2024

EU SOU O PÃO DA VIDA....


 Homilia do 19°Dom do tempo comum (Jo 6,41-51)(11/8/24).

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1. A vida divina que recebemos na Eucaristia é um dos maiores atos de amor de Cristo por nós, pois, é como ele mesmo disse: "Eu sou o pão da vida: quem dele comer, nunca morrerá." Ora, só recebe essa graça verdadeiramente aqueles que ouvem o Pai para viverem a vida nova em Seu Filho, Cristo Jesus, pois é pela fé que fomos gerados no seio da santa Igreja para a vida que não tem fim. 
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2. Decerto, é bem como o Senhor diz: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai, e por ele foi instruído, vem a mim.
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3. Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna." De fato, essa fé é dom do Espírito Santo, e todo aquele que a tem, é por graça que a possui para viver estado de graça, isto é, em perfeita comunhão com a vontade de Deus. 
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4. Com efeito, ao revela-se como "o pão descido do céu," o Senhor Jesus se dá à conhecer como sendo o alimento verdadeiro que a humanidade precisa para ter a vida eterna. Pois, assim como o pão natural nos dá a vida natural; o Senhor como "o Pão descido do céu," garante o céu à todo aquele que Dele se alimenta. 
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5. Porque, como Ele mesmo disse, o seu corpo é verdadeira comida e o seu sangue é verdadeira bebida espiritual, isto é, que alimenta espiritualmente a alma. De fato, somente o entendimento da fé pode acolher a verdade tal qual ela é.
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6. Portanto, caríssimos, muitos conviveram naturalmente com o Senhor naquele tempo, mas ao invés de acolhê-lo, fecharam-se em si mesmos, o rejeitaram, e não abraçando a fé, o mataram cruelmente, matando também à si mesmos. 
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7. Por isso, cabe a nós vivermos a vida nova que nos foi dada no batismo, pois nele morremos com Cristo e com Cristo ressuscitamos, e por Ele somos alimentados com o Pão da santidade, da vida eterna. 
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

SEM CRISTO O MUNDO ESTÁ PERDIDO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 16,24-28)(09/8/24)

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1. Caríssimos, o fim de quem pratica o mal é ser atingido pelo mal praticado; e caso não se arrependa e mude de vida perecerá na ruína eterna que gerou com os pecados praticados. É isso o que vimos na primeira leitura desta liturgia, em que o Profeta Naum anuncia a ruína dos ninivitas pelas maldades praticadas.
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2. De fato, "Somos obras das mãos de Deus criados em Jesus Cristo para
as boas ações que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos" (Ef 2,10). E nenhum de nós pode fazer isso se não renuncia à si mesmo, como disse o Senhor: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perde-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontra-la." (Mt 16,24-25).
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3. E o Senhor ainda acrescenta: "De fato, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro mas perder a sua vida? Que poderá alguém dar em troca de sua vida? Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta." (Mt 6, 26-27).
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4. Com efeito, todos nós batizados somos discípulos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e é Nele e por Ele que vivemos neste mundo, como os ramos de uma videira ligados ao seu tronco. São Paulo na Carta aos Gálatas, disse: "Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." (Gl 2,20).
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5. Portanto, caríssimos, não é o que temos que nos salva, mas sim o que somos aos olhos de Deus e nada mais; e aos olhos de Deus somos seus filhos e filhas, contanto que vivamos segundo as graças que nos são dadas. De fato, a graça é de Deus, mas pôr em prática a sua graça depende somente de nós por meio da obediência aos Seus Santos Mandamentos. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

TODO PODER PERTENCE SOMENTE A DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 16,13-23)(08/8/24). 

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2. Caríssimos irmãos e irmãs, o sacramento do batismo é a porta de entrada no mistério de nossa redenção; por ele, o Senhor nos faz participantes de sua Natureza divina, nos dá o dom do Espírito Santo e a participação na sua Santa Igreja, Seu Corpo Místico e parte visível do Reino de Deus neste mundo. 
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3. Desse modo, o Senhor se une à nós pela Santa Eucaristia cada vez que celebramos o Santo Sacrifício, alimento dos seus filhos e filhas a caminho do Reino dos Céus. Decerto, ao perdoar os nossos pecados e gravar a sua Lei em nossos corações, Ele nos confia os seus dons e a missão de anunciá-lo à todas as nações nesse trajeto que fazemos em sua via de santidade. 
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4. Mas, atenção, para não caírmos na mesma tentação que caiu São Pedro ao receber do Senhor o poder de ligar e desligar em seu nome, pois Deus tem o seu plano; e Pedro já queria mudá-lo, pensando como os homens; por isso, o Senhor o repreendeu, dizendo: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!”
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5. Com efeito, o poder que nos é dado significa obediência, serviço, vontade de Deus; e não a nossa vontade, pois somos colaboradores na obra da Salvação e não seus protagonistas. Pois, agir como Pedro agiu à princípio, é o mesmo que perder o bom senso, é agir por impulso e não segundo a Sabedoria do Espírito Santo. 
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6. Por isso, precisamos aprender escutar o Senhor para não querer lhe impor o nosso modo de pensar; ainda bem neste episódio o Senhor Jesus o corrigiu a tempo, caso contrário, Pedro perderia totalmente o rumo de sua missão.
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7. Ora, a Virgem Mãe, Maria Santíssima, bem nos ensina como seguir fielmente o Seu Filho amado, Jesus Cristo: "Então disse Maria: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra." E ainda: "Disse, então, sua mãe aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser." 
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8. Portanto, caríssimos, sigamos fielmente o que nos diz o Senhor: "De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." (Jo 5,30).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

terça-feira, 6 de agosto de 2024

A TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 9,2-10)(06/8/24).

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1. Caríssimos, depois do pecado a situação da humanidade tornou-se insustentável de tal forma que pouco ou nada poderíamos fazer. Todavia, ciente dessa nossa realidade o Senhor Jesus veio até nós para nos dá a conhecer que, assumindo nossa finitude, Ele nos faz participantes de sua natureza divina e do Grande Mistério que há de ser revelado no fim dos tempos, a plenitude do Reino de Deus e a sua Justiça.
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2. Ora, ter todo poder sobre o céu e sobre a terra e mesmo assim se deixar sacrificar numa cruz, como se não tivesse nenhum poder, demonstra verdadeiramente o amor com que Deus nos ama à ponto de dar seu Filho único em resgate para a nossa salvação. 
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3. Por isso, a Transfiguração do Senhor é tão importante para a vivência da fé, porque ela é a garantia de que Deus está no comando de tudo mesmo quando aparentemente se mostra frágil como um de nós a ponto de se deixar sacrificar no patíbulo da cruz. 
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4. A Transfiguração do Senhor é o céu que se encontra com a terra, é uma visão antecipada do que seremos na eternidade, é também a certeza de que Deus nos acompanha nessa trajetória até que cheguemos ao infinito do seu amor, seguindo o mesmo caminho de obediência seguido por Cristo. 
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5. A princípio os Apóstolos não compreenderam o significado da palavra "ressuscitar dos mortos," como vimos no Evangelho de hoje, pois esta faz parte do vocabulário divino, e só depois da ressurreção do Senhor, é que compreenderam a grandeza dessa graça e da missão que receberam de Deus, testemunhar que Cristo está vivo e atuando no meio de nós.
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6. Portanto, caríssimos, antes de qualquer decisão tomada, seja sempre baseada no amor de Deus, pois Ele nos criou por amor e somente para amar. Decerto, essa é a grande verdade que nos sustenta na vida, pois, quando tudo parecia perdido por causa do pecado, Deus nos resgatou pelo sacrifício de Seu Filho amado, a fim de que Nele tivéssemos a vida eterna.
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7. Destarte, sigamos, pois, fielmente o mesmo conselho que os Apóstolos ouviram da boca de Deus no Monte Sagrado no momento da transfiguração: "Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; escutai o que Ele diz."
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Homilia do 18° Dom do Tempo Comum...


 Homilia do 18°Dom do Tempo Comum (Jo 6,24-35)(04/8/24)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, para manutenção da vida naturalmente precisamos de alimentos, água e outros elementos da natureza que nutre e sacia as nossas necessidades básicas. Sem dúvida Deus nos criou com tais necessidades devido a brevidade da vida no tempo, porque nos criou para a eternidade, e isso como uma antecipação do nosso devir; é isso o que nos revela essa liturgia de hoje.

2. Na primeira leitura os Israelitas que saíram da escravidão do Egito e estavam atravessando o deserto rumo a terra prometida, sentem o peso dessa travessia, pois lhes falta água, pão, carne e outros alimentos para suprir as suas necessidades básicas. 

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3. Por isso, ao sentirem a escassez de tais elementos se puseram a murmurar e a pressionar Moisés e Aarão querendo uma solução que naturalmente seria impossível em tais circunstâncias. 

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4. No entanto, a solução veio da Fé que mudou totalmente a situação angustiante que estavam sofrendo. Desse modo, pela intervenção divina, superaram os obstáculos que os estava oprimindo. 

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5. Decerto, essa experiência do povo eleito, nos ensina que na travessia do deserto deste mundo, se faz necessário uma liderança que creia e que realmente viva em comunhão com o Senhor e se deixe conduzir por Ele a fim de chegarmos a bom termo no cumprimento dos seus desígnios. 

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6. Com efeito, para isso temos na Santa Igreja, o novo povo de Deus, o Santo Padre, o Papa Francisco e os bispos em comunhão com ele, e as outras lideranças por meio das quais o Senhor Jesus nos conduz até chegarmos a terra prometida, o Reino de Deus. 

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7. Porém, assim como o povo do Antigo Testamento, precisamos cooperar com esses nossos líderes a fim de que vivamos a unidade do Espírito Santo pelo vínculo da paz e do amor a Deus sobre todas as coisas e entre nós.

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8. Comentando este Evangelho disse São João Paulo II: "A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que a Igreja experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: «Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo» (Mt 28,20). 

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9. Mas, na Sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue do Senhor, ela goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança. O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é «fonte e centro de toda a vida cristã» (LG 11). 


10. Com efeito, «na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo» (PO 5). Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do altar, onde descobre a plena manifestação do seu amor."

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(São João Paulo II (1920-2005), papa - Carta Encíclica "Ecclesia de Eucharistia").

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

Estamos neste mundo como sinais da presença de Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 14,13-21)(05/8/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, os bens que partilhamos por graça e inspiração do Espírito Santo se transformam em milagres que supre todas necessidades que temos para além de nossa finitude. Esta é a grande lição que aprendemos nesta liturgia de hoje. Pois, aqueles se aproximam do Senhor para se manter em comunhão com Ele se transformam em novas criaturas.
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2. De fato, ao multiplicar cinco pães e dois peixes para uma imensa multidão, Jesus nos ensina que o pouco que temos quando levamos a Ele é multiplicado para muito além do que temos e podemos por nós mesmos. Com isso Ele nos mostra que a Sua compaixão e o Seu amor não tem limites quando a Ele confiamos tudo o que somos, o que temos mesmo que seja pouco.
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3. O Evangelho de hoje nos revela que aquela multidão tinha como único objetivo, encontrar o Senhor Jesus para ouvi-lo e ser curados por Ele fisicamente e espiritualmente, e foi exatamente isso o que Ele fez, os curou e os saciou deixando registrado em suas almas essas graças como sinal da sua presença. 
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4. Comentando este Evangelho, disse o Santo Padre, o Papa Francisco: "Quando Jesus, com a sua compaixão e o seu amor nos concede uma graça, perdoa os nossos pecados, abraça-nos e ama-nos, não faz as coisas pela metade, mas completamente. Como aconteceu neste episódio: todos ficaram saciados. 
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5. De fato, Jesus enche o nosso coração e a nossa vida com o seu amor, o seu perdão, a sua compaixão. Portanto, Jesus permitiu que os seus discípulos cumprissem a sua ordem. Deste modo, eles descobrem o caminho que devem percorrer: dar de comer ao povo e mante-lo unido; ou seja, permanecer ao serviço da vida e da comunhão. 
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6. Portanto, invoquemos o Senhor, para que torne a sua Igreja sempre capaz deste serviço santo e para que cada um de nós possa ser instrumento de comunhão na própria família, no trabalho, na paróquia e nos grupos de pertença. 
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7. Um sinal visível da misericórdia de Deus que não quer deixar ninguém na solidão e na necessidade, a fim de que desçam a comunhão e a paz entre os homens, e a comunhão dos homens com Deus, porque esta comunhão é vida para todos."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 3 de agosto de 2024

A JUSTIÇA DIVINA É IMORTAL...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mt 14,1-12)(03/8/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, na sua infinita bondade Deus nos deu a liberdade de administrar a nossa vida e as graças por Ele derramadas em nossas almas para assim sermos santos como Ele é Santo. 
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2. Todavia, como escreveu São Paulo: "Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade, porque toda a lei se encerra num só preceito: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18)."
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3. De fato, quem vive na presença do Senhor permanece em comunhão com Ele e com os seus co-irmãos na paz e na concórdia, na partilha da vida e das graças recebidas, tendo em vista somente a felicidade recíproca por vivermos do Seu amor. 
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4. Por isso, insiste São Paulo: "Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção. Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como toda malícia. Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo." (Ef 4,30-32).
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5. Com efeito, vivemos num vale de lágrimas cercados por todos os lados pelas mazelas advindas dos pecados nele praticados; e, pelo que temos visto, não há mais solução para toda essa maldade que se alastra como uma doença crônica incurável dizimando milhões de vidas, levando-as à perdição eterna. 
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6. E por que não há mais solução para essa terrível infecção maléfica? Porque mesmo com todos os avisos vindos da parte de Deus e todas as graças necessárias, os homens continuam insistindo na prática pecaminosa, e com isso deixam de receber os benefícios da sua Divina Misericórdia.
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7. No Evangelho de hoje vimos isso acontecer com o rei Heródes, que terminou os seus dias corroído pelos vermes diante de todos os seus súditos (cf. At 12,20-23). Ou seja, engana-se quem pensa que o poder temporal do mal triunfará sobre os inocentes injustiçados, porque a justiça é imortal e a última palavra pertence somente a Deus.
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8. Portanto, caríssimos, não existe perdão para um coração endurecido que não quer se arrepender; e mesmo que seja perdoado, se insistir no pecado passa a ser dominado pelo espírito maligno que o aprisiona, confiscado-lhe o livre arbítrio e a própria vida. 
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9. Destarte, arrependamo-nos sinceramente dos nossos pecados, façamos penitência e peçamos ao Senhor a graça de vivermos reconciliados com Ele e entre nós por Seu amor e por Sua Divina Misericórdia.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

O ENCONTRO COM O SENHOR JESUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,54-58)(02/7/24)

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1. Caríssimos, o encontro com o Senhor Jesus se dá sempre pela mediação da fé, dom por excelência de sua acolhença, de modo que, sem o dom da fé, ninguém o pode encontrar senão para contesta-lo, combate-lo, rejeita-lo, pelo simples fato de que Deus não cabe nos esquemas humanos.
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2. De fato, a incredulidade é um ídolo a ser combatido, caso contrário, estaremos perdidos no labirinto da ignorância e da rejeição de Deus e do seu Cristo; que esse ídolo produz no coração e na mente de quem o segue. 
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3. Decerto, foi isso o que vimos na Sinagoga de Nazaré em que os concidadãos do Senhor Jesus, o rejeitaram por conta do preconceito, da inveja e da falsa imagem que faziam de Deus, gerada pelo ídolo da incredulidade que adoravam em suas almas. Ora, esse ídolo gera ainda a hipocrisia, a intolerância, a maldade e tantos outros pecados que envenenam totalmente as almas que se deixam conduzir por ele.
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4. De modo que por conta desse pecado diziam: "De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram conosco? Então de onde lhe vem tudo isso?”
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5. E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé." Ou seja, quem não ama a Deus de verdade o rejeita e tende a despreza-lo.
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6. De fato, fomos criados "à imagem e semelhança de Deus", somos obras de suas mãos, todavia, para acolhe-lo em nossas almas precisamos do dom da fé que expulsa de nossos corações o espírito de incredulidade com todos os seus malefícios, dentre eles a rejeição de Deus que em Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, assumiu a nossa natureza decaída, para liberta-nos de todos os males causados pelos nossos pecados.
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7. Portanto, caríssimos, todos os homens e mulheres que vivem neste mundo, são visitados por nosso Senhor Jesus Cristo, e diante Dele necessitam dar-lhe uma resposta, pois o Senhor sempre se apresenta como Salvador, e por isso, espera ser acolhido e seguido rumo ao Reino dos céus; ora, isso se chama conversão, isto é, ser libertados das prisões dos pecados nas quais o espírito de incredulidade os mantinha.
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8. Destarte, peçamos ao Senhor Jesus a graça da conversão permanente que significa manter-nos fiéis, unidos e perseverantes até o fim no seu seguimento, pela vivência dos Sacramentos, da prática da Sua Palavra e das obras de misericórdia; certos de que Ele é fiel e cumprirá todas os seus desígnios de amor para conosco.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Preparemo-nos para o dia eterno...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,47-53)(01/8/24)


1. Caríssimos, certa feita disse o Senhor: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!" (Mt 5,6). Creio que uma das graças mais esperadas pelos filhos e filhas de Deus é o cumprimento da justiça divina; e de uma coisa fiquemos certos, ela se cumprirá na íntegra.
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2. Com efeito, é nesse dia eterno que veremos diretamente o que foi anunciado antecipadamente por Jesus na parábola da rede que recolhe peixes bons e ruins, ou seja, representados pelos justos e injustos que vivem neste mundo. 
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3. Bem como disse o Senhor: "Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí, haverá choro e ranger de dentes." (Mt 13,49-50).
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4. Comentando o Evangelho de hoje disse o Papa Bento XVI: "Com a morte, a opção de vida feita pelo homem torna-se definitiva; esta sua vida está diante do Juiz. A sua opção, que tomou forma ao longo de toda a vida, pode ter caracteres diversos. Pode haver pessoas que destruíram totalmente em si próprias o desejo da verdade e a disponibilidade para o amor; pessoas nas quais tudo se tornou mentira; pessoas que viveram para o ódio e espezinharam o amor em si mesmas. 
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5. Trata-se de uma perspectiva terrível, mas algumas figuras da nossa mesma história deixam entrever, de forma assustadora, perfis deste género. Em tais indivíduos, não haveria nada de remediável e a destruição do bem seria irrevogável: é já isto que se indica com a palavra «inferno».
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6. Por outro lado, podem existir pessoas puríssimas, que se deixaram penetrar inteiramente por Deus e, consequentemente, estão totalmente abertas ao próximo – pessoas em quem a comunhão com Deus orienta desde já todo o seu ser e cuja chegada a Deus apenas leva a cumprimento aquilo que já são.
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7. Mas, segundo a nossa experiência, nem um nem outro são o caso normal da existência humana. Na maioria dos homens – como podemos supor – perdura no mais profundo da sua essência uma derradeira abertura interior para a verdade, para o amor, para Deus. Nas opções concretas da vida, porém, aquela é sepultada sob repetidos compromissos com o mal. 
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8. O que acontece a tais indivíduos quando comparecem diante do Juiz? Será que todas as coisas imundas que acumularam na sua vida se tornarão de repente irrelevantes? Ou acontecerá algo de diverso? São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, dá-nos uma ideia da distinta repercussão do juízo de Deus sobre o homem, conforme as suas condições.
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 9. "Se alguém edifica sobre este fundamento com ouro, prata, pedras preciosas, madeiras, feno ou palha, a obra de cada um ficará patente, pois o dia do Senhor a fará conhecer. Pelo fogo será revelada, e o fogo provará o que vale a obra de cada um. Se a obra construída subsistir, o construtor receberá a paga. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá a perda. Ele, porém, será salvo, como que através do fogo". (3,12-15). 
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(Bento XVI, papa de 2005 a 2013 - Encíclica «Spe Salvi», §§ 45-46 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
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