VEM SENHOR JESUS!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24).

SEJAM BEM VINDOS À ESSA PORTA ESTREITA DA SALVAÇÃO

"Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para admirar aí a beleza do Senhor e contemplar o seu santuário". (Sl 26,4).

terça-feira, 30 de setembro de 2025

A vida é maravilhosa, nós é que a complicamos...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,51-56)(30/09/25)


1. Caríssimos, a vida que Deus nos deu é tão maravilhosa que nada se compare à ela, mas isso quando a vivemos segundo os seus desígnios, isto é, amando-o sobre todas as coisas e amando-nos uns aos outros como a nós mesmos, porque isso significa o céu aqui na Terra; fora desse estado de graça, o viver humano torna-se um fardo insuportável. 

2. Com efeito, entrando numa Capela para celebrar a Santa Missa, certa feita, deparei-me com uma jovem cabisbaixa e muito triste, ao sauda-la, perguntou-me: "Frei por que a vida é tão complicada?" Dei-lhe um belo sorriso e respondi: filha a vida é maravilhosa, nós é que complicamos tudo quando não a vivemos segundo os desígnios de Deus.

3. De fato, quando vivemos segundo os desígnios de Deus tudo em nossa vida torna-se expressão da sua presença. Como seria bom se as pessoas se amassem de verdade como o Senhor Jesus nos ensina, não haveria maldade alguma, todos seríamos felizes. Mas, por causa da pecaminosidade que constatamos, a realização dos desígnios de Deus neste mundo torna-se praticamente impossível, a não ser que todos se convertam.

4. E isso fica evidenciado ao vermos a crueldade com que os algozes assassinaram o Filho amado de Deus sem Ele ter culpa alguma. Como entender a dor e o sofrimento que causaram ao Senhor Jesus? 

5. Não tem como entender, porque jamais alguém amou como Ele nos amou e nos ama; e jamais fez o bem que Ele nos faz. De fato, o que mais nos consola e nos enche de esperança, é a certeza de que o seu sacrifício de cruz não foi em vão, porque nos dá a salvação eterna.

6. No Evangelho de hoje frente à recusa dos Samaritanos em receber o Senhor Jesus, os irmãos Tiago e João lhe pediram: "Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los? Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os." Com efeito, "ao repreende-los o Senhor Jesus os convida a dar o tempo necessário para a realização da conversão e ao progresso do Reino. Isso porque a impaciência demonstrada pelos Apóstolos é muitas vezes a nossa impaciência." 

7. Portanto, caríssimos, realmente Deus tem sido muito paciente com a humanidade haja vista os horríveis pecados que homens e mulheres veem cometendo, mesmo depois de ter enviado Seu Filho amado para nos salvar. 

8. Por isso, creio que o tempo da sua Divina Misericórdia está se esgotando, e que pouco resta para que a sua justiça se manifeste, então cada um receberá o louvor ou a punição que merece.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Festa dos Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 1,47-51)(29/09/25)


1. Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael cujos nomes significam Quem como Deus? Poder de Deus, e Deus cura. Com efeito, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos deu a conhecer uma das funções dos anjos quando de sua vinda definitiva: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. (Jo 1,51).

2. São Gregório Magno refletindo sobre a existência dos Anjos e Arcanjos nos deixou por escrito esta pérola preciosa: "São muitas as páginas da Sagrada Escritura que atestam a existência dos anjos. A palavra «anjo» designa a sua função: serem mensageiros. E chamam-se «arcanjos» os que anunciam os acontecimentos mais importantes.

3. Assim, o arcanjo Gabriel é enviado à Virgem Maria; para esta função, para anunciar o maior de todos os acontecimentos, impunha-se enviar um anjo da mais elevada categoria. 

Da mesma maneira, quando se trata de estender um poder extraordinário, é Miguel o enviado. Com efeito, a sua ação, como o seu nome, que significa: «Quem como Deus?», permitem compreender que ninguém pode fazer o que apenas a Deus pertence realizar.

4. O antigo inimigo, que desejou, por orgulho, fazer-se semelhante a Deus, dizia: «Subirei aos céus, estabelecerei o meu trono acima das estrelas de Deus, serei semelhante ao Altíssimo» (Is 14,13). 

5. Mas o Apocalipse diz-nos que, no fim dos tempos, quando ele for abandonado às suas próprias forças, antes de ser eliminado no suplício final, terá de combater com o arcanjo São Miguel: «Travou-se uma batalha no céu: Miguel e os seus anjos pelejavam contra o dragão. 

6. E o dragão também combatia, juntamente com os seus anjos. Mas não prevaleceram; o dragão e os seus anjos foram precipitados na Terra» (Ap 12,7-9).

7. À Virgem Maria, foi enviado Gabriel, cujo nome significa «Força de Deus», pois ia anunciar Aquele que quis manifestar-Se em condição humilde para triunfar do orgulho do demônio. Era, pois, pela «força de Deus» que havia de ser anunciado Aquele que vinha como «Senhor forte e poderoso, o Senhor herói nas batalhas» (Sl 24,8).

8. Finalmente, o nome do arcanjo Rafael significa «Deus cura». Com efeito, foi ele que libertou da escuridão os olhos de Tobias, tocando-lhes como médico vindo do alto (Tb 12,14). É natural, pois, que aquele que foi enviado para tratar o justo na sua enfermidade seja apelidado de «Deus cura».

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 28 de setembro de 2025

É aqui que começa a nossa eternidade...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 16,19-31)(28/09/25)

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1. Caríssimos, a parábola escatológica que o Senhor Jesus hoje nos conta, revela o sentido eterno da vida a partir do modo de ser e estar praticado por todos os seres humanos no tempo presente em vista da eternidade que se desvelará no dia sem fim de nossa partida deste mundo. 
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2. Ora, atualmente constatamos que devido as contradições e os pecados praticados neste mundo, a vida humana passou a se resumir em três palavras: poder, ter e prazer; cujas disputas têm gerado divisões, violência e toda espécie de maldade. 
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3. De fato, quando os homens não dão espaço para Cristo em seus corações, facilmente se deixam dominar pelo espírito de desobediência e rebeldia que os conduz às mais desumanas e abomináveis práticas que os leva à destruir todos os seres de que são capazes.
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4. Na parábola do pobre Lázaro e o rico opulento, o Senhor Jesus nos revela que aquilo que praticamos neste mundo é uma previsão da condição eterna que teremos como consequência dessa prática. Desse modo, ser rico ou pobre não é uma simples questão de posse, mas do que fazemos com o que recebemos do nosso Criador.
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5. Com efeito, a grandeza de um homem não se mede pelo que possui, mas sim pelo que ele faz de bom com aquilo que possui. Ser justos, puros e humildes de coração, sem apegos aos bens deste mundo; ser cheios dos bens eternos que a caridade divina nos proporciona, é o que constitui a riqueza espiritual que precisamos acumular no céu como expressão da vontade de Deus que aqui vivemos.
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6. Portanto, caríssimos, a parábola contada por Jesus na liturgia de hoje é repleta de ensinamentos que nos liberta da riqueza material como um fim em si mesmo; nos liberta da falsa doutrina da reencarnação, pois essa é uma farsa montada por Satanás para negar a ressurreição de Jesus e de todos o que nele creem. 

7. Destarte, escutemos atentamente o que nos diz o Senhor: "Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais." (Jo 14,1-3).

8. Por fim, esta parábola nos ensina ainda que o nosso devir é gerado aqui em meio às muitas tribulações e provações que padecemos como Lázaro que foi levado ao seio de Abraão pelos anjos devido as muitas privações e sofrimentos que aqui padeceu.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 27 de setembro de 2025

Precisamos ser fiéis para seguir o Senhor Jesus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,43b-45)(27/09/25)


1. Caríssimos, esta liturgia de hoje parece entrar em contradição, pois, enquanto a primeira leitura e o Salmo responsorial falam da alegria da Jerusalém redimida; o Evangelho relata a profecia do sofrimento de Cristo que será entregue nas mãos dos homens para padecer, ser crucificado e morrer. 

2. Ora, como entender que o inocente Filho de Deus passe por tudo isso sem reação alguma? Com efeito, racionalmente não dá pra entender Deus enviar o Seu Filho ao mundo para sofrer como se fosse um pecador; de fato, somente o amor e o dom da fé nos leva a entender isso. 

3. Desse modo, compreendemos que Deus não age segundo os nossos critérios para realizar o seu plano de amor e salvação, por isso, na sua Onipotência eterna quis padecer as piores humilhações e sofrimentos para manter o nosso livre arbítrio desejando que o amemos como Ele nos ama.

4. Discorrendo a esse respeito escreveu são João Crisóstomo, (Sec. V): "Escutai o que o Senhor vos pede: «Se ignorais a minha divindade, reconhecei ao menos a minha humanidade. Vede em Mim o vosso corpo, os vossos membros, as vossas entranhas, os vossos ossos, o vosso sangue. Pois se o que pertence a Deus vos inspira temor, não vos agradará o que vos pertence a vós?

5. Mas talvez a enormidade da minha Paixão, da qual sois a causa, vos cubra de vergonha. Não temais. Esta cruz não foi mortal para Mim, mas para a morte. Estes pregos não Me penetram de dores, mas de um amor ainda mais profundo por vós. Estas feridas não provocam gemidos, mas fazem-vos entrar ainda mais no meu coração. 

6. O esquartejar do meu corpo abre-vos os meus braços como um refúgio, não aumenta o meu suplício. O meu sangue não foi perdido por Mim, foi guardado para vosso resgate (cf Mc 10,45).
Vinde, pois, voltai para Mim e reconhecei o vosso Pai, vendo que Ele vos paga o mal com o bem, os insultos com o amor, e tão grandes feridas com uma grande caridade».

7. "O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando." (Jo 10,17-18; 15,13-14).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

Por que Deus não impediu o pecado antes do início?

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,18-22)(26/09/25)

1. Caríssimos, o caminho de fé de todo discípulo de Cristo, é reconhece-lo, não somente na sua humanidade, mas principalmente em sua Divindade, e permanecer unidos a Ele mesmo que a realidade queira dizer o contrário, ou seja, ainda que se apresente tentações, cruzes, sofrimentos e morte, porém, nada disso pode nos desanimar visto que o Senhor é a nossa segurança e salvação, contanto que permaneçamos fiéis a Ele até o fim.

2. De fato, este mundo por mais belo e perfeito que seja, vive em permanente desolação por conta dos pecados nele praticados, por isso, tem se tornado um vale de lágrimas repleto de dores, sofrimentos e morte, um antro de perdição, a cada passo dado para a sua consumação. 

3. Juliana de Norwich, mística inglesa (Sec. XIV), assim escreveu no seu livro Revelações do divino amor: "Na minha ignorância, surpreendia-me que a profunda sabedoria de Deus não tivesse impedido o início do pecado; porque, se o tivesse feito, pensava eu, tudo estaria bem. Jesus respondeu-me: «O pecado é inelutável, mas tudo acabará em bem, tudo acabará em bem, todas as coisas, quaisquer que sejam, acabarão em bem».

4. Com esta pequena palavra «pecado», Nosso Senhor apresentou-me ao espírito tudo o que não é bom: o desprezo ignóbil e as provações extremas que sofreu por nós ao longo da sua vida e na sua morte; todos os sofrimentos e as dores, corporais e espirituais, de todas as suas criaturas.

5. Contemplando todos os sofrimentos que existiram ou existirão, compreendi que a Paixão de Cristo era o maior, o mais doloroso de todos, e que a todos ultrapassa. Mas não vi o pecado. Sei, pela fé, que ele não tem substância nem qualquer espécie de ser; só o podemos reconhecer pelo sofrimento que causa. Percebi que este sofrimento é temporário: ele purifica-nos, leva-nos a conhecer-nos a nós mesmos e a gritar por misericórdia. 

6. A Paixão de Nosso Senhor fortifica-nos contra o pecado e o sofrimento: esta é a sua santa vontade. No seu terno amor por todos aqueles que serão salvos, Nosso Senhor reconforta-os pronta e suavemente, como se lhes dissesse: «É verdade que o pecado é a causa de todas estas dores, mas tudo acabará em bem: todas as coisas, quaisquer que sejam, acabarão em bem». 

7. Ele disse-me estas palavras com grande ternura, sem a mínima censura. Nestas palavras, vi um mistério profundo e maravilhoso, oculto em Deus. Ele desvendará e nos fará conhecer esse mistério plenamente no Céu. Quando o conhecermos, entenderemos por que razão permitiu a vinda do pecado a este mundo. E, ao ver isto, regozijar-nos-emos por toda a eternidade."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

A alegria do discipulado de Cristo...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,1-6)(24/09/25)


1. Caríssimos, esta liturgia de hoje nos mostra que o Senhor Jesus veio a este mundo como missionário totalmente obediente e dedicado à vontade do Pai; ora, isso requereu dele toda atenção com o objetivo da missão, anunciar o Reino de Deus e a sua justiça que consiste na remissão dos nossos pecados para que assim sejamos conduzidos pelo Espírito Santo, e façamos também nós a vontade do Pai.

2. Com efeito, como vimos por seu exemplo, o discípulo missionário vive em função de sua missão, pois foi chamado e enviado exclusivamente para isso, de modo que, não se pertence, não se apossa da própria vontade, não se destrai com as coisas deste mundo, não se apega a nada e a ninguém, exatamente por conta da missão recebida que consiste em dar a vida pela salvação de todos.

3. Comentando este Evangelho disse o Papa Francisco de feliz memória: "Ao enviar os setenta e dois discípulos, Jesus dá-lhes instruções específicas, que manifestam as caraterísticas da missão. Estes imperativos mostram que a missão se baseia na oração; que é itinerante; que exige desapego e pobreza; que traz paz e cura, sinais da proximidade do Reino de Deus. 

4. Não é proselitismo, mas anúncio e testemunho; e que exige também a franqueza e a liberdade evangélica para partir, salientando a responsabilidade de que mesmo se rejeitada a mensagem de salvação, não proferir condenações nem maldições.

5. Se for vivida nestes termos, a missão da Igreja será caracterizada pela alegria. Não se trata de uma alegria efêmera, que brota do sucesso da missão; pelo contrário, é uma alegria radicada na promessa de que — diz Jesus — «os vossos nomes estão escritos no Céu». 

6. Com esta expressão, Ele quer dizer a alegria interior, a alegria indestrutível que nasce da consciência de ser chamado por Deus a seguir o seu Filho. Ou seja, a alegria de ser seus discípulos.

7. Invoquemos juntos a proteção maternal de Maria Santíssima, para que Ela ampare em todos os lugares a missão dos discípulos de Cristo, a missão de anunciar a todos que Deus nos ama, quer salvar-nos e nos chama a fazer parte de seu Reino." (Papa Francisco, Angelus, 7/7/19).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Somos por Cristo membros da família de Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,19-21)(23/09/25)

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1. Caríssimos, essa liturgia de hoje nos conduz à escuta do Senhor e à prática da Sua Divina Palavra, porém, sem interpretações subjetivas, mas apenas com o puro desejo de obedece-lo em tudo o que Ele nos diz. 

2. Pois, como escreveu são Pedro: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus." (1Pd 1,20-21).
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3. No Evangelho de hoje alguém da multidão se dirige a Jesus e lhe diz: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver”. Ao que o Senhor respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática”. Ou seja, para além da família consanguínea o Senhor estabelece a família divina. (cf. Jo 1,11-13).
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4. De fato, se escutarmos essa Palavra do Senhor a partir de nossa interpretação pessoal não a compreendemos; mas, se a escutamos com o entendimento da fé, logo percebemos que o critério do Senhor para segui-lo como Sua família divina, como o fez a Sua Mãe e seus irmãos, é a fé que nos leva à perfeita obediência à Sua Palavra.
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5. Portanto, caríssimos, a vida vivida em Cristo Jesus é baseada na prática constante da Sua Palavra como expressão da Sua Presença em nossas almas. Sem esse entendimento, viveremos apenas como ovelhas que não se deixam conduzir pelo o auxílio e proteção de Jesus, Bom Pastor.
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6. Comentando este Evangelho escreveu Santa Teresa Benedita da Cruz: "A célula primitiva desta humanidade resgatada por Cristo, é Maria; foi nela que se realizou pela primeira vez a purificação e a santificação por Cristo, foi Ela a primeira a ficar cheia do Espírito Santo. Antes de o Filho de Deus ter nascido da Santíssima Virgem, criou esta Virgem cheia de graça e nela e com Ela a Igreja. 

7. Uma alma purificada pelo batismo eleva-se ao estado de graça e é, por isso mesmo, criada por Cristo e nascida para Cristo. Mas é criada dentro da Igreja e nasce pela Igreja. Assim sendo, a Igreja é a mãe de todos aqueles a quem a redenção se dirige."
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8. Destarte, "Que a Virgem Mãe nos ajude a viver sempre em comunhão com Jesus, reconhecendo a obra do Espírito Santo que age n’Ele e na Igreja, regenerando o mundo para a vida nova." (Papa Francisco, Angelus, 10/06/18).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Trata-se do amor com que amamos ou não...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,16-18)(22/09/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, por mais espontâneos que sejamos somos tentados a cair nos condicionamentos da finitude que nos cerca; nas imposições dos que nos julgam; ou mesmo nos nossos próprios critérios baseados nos juízos de valor que emitimos nos impedindo de fazer o bem que devemos. Aliás, a esse respeito escreveu são Tiago: "Aquele que souber fazer o bem, e não o faz, peca." (Tg 4,17).

2. De fato, o milagre ordinário é o bem que fazemos com alegria e singeleza de coração sem desejar reconhecimento algum. No entanto, precisamos dar sentido ao que fazemos, como nos ensinou são Paulo: "Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens,
certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo, Senhor." (Cl 3,23-24). 

3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina que a luz dá fé e das boas ações que brilha em nossa vida deve ser posta no candelabro da nossa existência para iluminar a todos que encontramos, e nunca esconde-la por falta de autêntico testemunho. 

4. Por isso, Ele nos alerta: "Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto.

5. Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”. Ou seja, os critérios para a nossa salvação não são humanos, mas sim divinos. Cabe a nós fazermos o bem que Deus de antemão preparou para que nós o pratiquemos.

6. Decerto, "creio que todos nós já experimentamos que, a medida que ajudamos os outros, consolamos os que estão tristes, os solitários, os desamparados, e isso nos dá paz e uma imensa alegria íntima. É a lógica do amor: quanto mais se dá, mais se recebe. Por isso, a quem ama será dado a plenitude do amor e por fim o Paraíso. 

7. Quem não tem amor não o terá agora nem no futuro. Amai, pois, porque a quem tem, será dado, e a quem não tem lhe será tirado até mesmo o que pensa ter, diz o Senhor Jesus." (Frai Salvatore).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 21 de setembro de 2025

Usai os bens deste mundo para fazer amigos no céu...


 Homilia do 25°Dom do tempo comum (Lc 16,1-13)(21/09/25)

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1. Caríssimos, o Senhor prova aqueles que ama porque lhes concede todas as graças para resistirem e se manterem fiéis até o fim no tempo da provação. Porém, muitos dentre nós se apegam às coisas, às pessoas e às posições sociais ou a ideologias, se deixando dominar por elas, mesmo sabendo que tudo neste mundo passa e que nada levamos quando daqui partimos. 

2. Com efeito, em meio à tudo isso, perguntemos: quantos não são aqueles que se deixam corromper com a intenção de acumular estes pretensos bens, que na verdade se tornam um grande mal? Enquanto o Senhor nos diz: "De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua vida?"
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina que somente as virtudes eternas permanecem e são os meios pelos quais Ele nos santifica; fora dessas virtudes tudo não passa de poeira que se esvai no para sempre do nada daqueles que se apegam a essas coisas acumulando o que poderia 
ser partilhado com os mais necessitados.
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4. Por isso, escutemos atentamente o Senhor: "Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração." (Mt 6,19-21).

5. Portanto, caríssimos, uma mente poluída pelo apego aos bens deste mundo jamais entenderá este ensinamento do Senhor, e muito menos sua bem aventurança: "Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!" (Mt 5,3).

6. Destarte, eis o que diz o Senhor: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado." (Mt 6,33-34).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 20 de setembro de 2025

Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça com atenção...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,4-15)(20/09/25)


1. Caríssimos, a didática divina é maravilhosa, porque nos comunica de modo esclarecedor o conteúdo da fé; e ainda que apareça alguma dúvida, logo é esclarecida à medida que vamos nos exercitando no seu conteúdo cujo único objetivo é a nossa salvação eterna, por nos comunicar com exatidão a vontade de Deus, nosso Pai.

2. Na primeira leitura são Paulo exorta seu discípulo Timóteo a permanecer firme no conteúdo da fé que lhe foi comunicada certo de que a esperança nele gerada alcançará pleno êxito com a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo. 

3. Como ele disse: "bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno. Amém." (1Tm 6,16-16).

4. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus usando a didática da parábola do semeador nos ensina onde e como acolher as sementes da Sua Divina Palavra para darmos os frutos da redenção que Ele nos veio trazer; para isto Ele nos apresenta quatro tipos de terrenos: a beira do caminho, o solo pedregoso, o espinheiro, e por fim o solo fecundo. 

5. E explicando aos Apóstolos o sentido da Parábola disse: "A semente é a Palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouviram, mas, depois, vem o diabo e tira a Palavra do coração deles, para que não acreditem e não se salvem. Os que estão sobre a pedra são aqueles que, ouvindo, acolhem a Palavra com alegria. Mas eles não têm raiz: por um momento acreditam; mas na hora da tentação voltam atrás.

6. Aquilo que caiu entre os espinhos são os que ouvem, mas, com o passar do tempo são sufocados pelas preocupações, pela riqueza e pelos prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. E o que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança."

7. Portanto, caríssimos, tudo em nosso viver depende das nossas escolhas e decisões, e quando fazemos isso exercitando a fé, cujo único objetivo é a santificação de nossas almas, então, é a Vontade de Deus que se cumpre em nossa vida como num solo fecundo que acolhe a semente da Sua Palavra e dá os frutos esperado pelo divino semeador, nosso Senhor Jesus Cristo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Verdadeiros discípulos de Cristo...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,1-3)(19/09/25).

1. Caríssimos, a liturgia de hoje trata do seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo, isto é, de como o seguimos, e nesse sentido ela nos faz distinguir claramente como vivermos a experiência de sermos seus verdadeiros discípulos, bem como nos ensinou São João: “Aquele que afirma permanecer em Cristo deve também viver como ele viveu.” (1Jo 2,6).

2. Certamente, o seguimento de Cristo é feito da renúncia da própria vontade e dos desejos carnais; do desapego às coisas materiais e da obediência incondicional, para vivermos plenamente a vontade de Deus por meio da oração, da penitência e da prática de sua divina palavra; de forma que, sem esses requisitos, jamais poderemos dizer que somos verdadeiros discípulos de Cristo.

3. De fato, existem algumas motivações pelas quais alguns se dizem seguidores do Senhor, mas, na verdade, tais motivações são meios espúrios através dos quais esses pretensos seguidores se apresentam como verdadeiros discípulos enganando a muitos; quando, na realidade, não passam de lobos ferozes vestidos de pele de ovelha.

4. Comentando esse Evangelho, disse o saudoso Papa Francisco: “Como eu sigo Jesus? Há vaidade no meu seguimento? Há um desejo de poder? Há um desejo de dinheiro? Será bom para nós examinar um pouco o nosso coração, a nossa consciência sobre a intenção correta de seguir Jesus. 

5. Eu o sigo somente por Ele? E este é o caminho da santidade. Ou eu O sigo, mas também para ter alguma vantagem para mim mesmo? E isso não é cristão. 

6. Peçamos ao Senhor a graça de nos enviar o Espírito Santo para que O sigamos com retidão de intenções: só por Ele, sem vaidade, sem vontade de poder nem de dinheiro.” (Papa Francisco, meditação matinal, 5/5/14).

7. Portanto, caríssimos, “não basta dizer Senhor, Senhor para entrar no reino dos céus”, porque o seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo é fundamentado na obediência incondicional à vontade do Pai, como Ele mesmo nos ensinou por palavras e com a própria vida. 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

AS BOAS OBRAS FALAM ALTO QUE AS PALAVRAS...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,36-50)(18/09/25).

1. Caríssimos irmãos e irmãs, tudo na vida de quem ama a Deus e ao próximo como a si mesmo, aponta para o céu, pois, quem ama assim faz sempre a vontade de Deus em todos os sentidos do viver para ser conduzido ao céu. 

2. Ora, sabemos que neste mundo tudo tem limite menos as virtudes eternas com as quais Deus nos criou para permanecermos em comunhão com Ele e entre nós, de modo que o nosso testemunho de fé seja verdadeiro.

3. De fato, atingimos tal estado de alma por meio de um permanente processo de conversão, que consiste na mudança interior em nossa relação com Deus, com o próximo e com toda a criação. Pois é isso o que nos ensina são Paulo ao aconselhar Timóteo na primeira leitura: "Caríssimo, ninguém te despreze por seres jovem. Pelo contrário, serve de exemplo para os fiéis, na palavra, na conduta, na caridade, na fé, na pureza." (1Tim 4,12).

4. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus foi convidado para jantar na casa de um fariseu, porém, não foi recebido devidamente por ele e ainda foi julgado por permitir que uma pecadora pública lavasse seus pés com as lágrimas, os enxugasse com os cabelos, os beijasse e os perfumasse; e por fim o Senhor a perdoou os pecados, porque ela muito amou. 

5. Ora, essa atitude do Senhor Jesus aos olhos do fariseu e dos seus convidados pareceu muito estranha, por pensarem em seus corações: “Quem é este que até perdoa pecados?” Mas Jesus disse à mulher: “Tua fé te salvou. Vai em paz”. De fato, Deus nos conhece totalmente, por isso o que importa realmente para Ele é o nosso arrependimento acompanhado do desejo de sermos perdoados.

6. Com efeito, alguns detalhes desta liturgia de hoje nos chama a atenção: o primeiro deles consiste em sermos sinceros no nosso encontro com o Senhor; o outro diz respeito à tentação que sofremos de julgar as atitudes alheias; e por último não podemos esquecer que Deus sempre nos trata com misericórdia e isso requer de nós o mesmo tratamento para com os nossos semelhantes.

7. Portanto, caríssimos, peçamos humildemente ao Senhor Jesus que nos dê a graça de ama-lo de todo coração e amar-nos uns aos outros sem julgamentos e sem a pretensão de achar que somos melhores que os demais, desse modo, as nossas ações falarão mais alto que as nossas palavras.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

É preciso deixar a indiferença para seguir a Cristo...


 ## 📖 Pequeno Sermão de Cada Dia – Frei Fernando Maria OFMConv.


**Evangelho: Lc 7,31-35 – 17/09/2025**
**Festa: As Chagas de São Francisco de Assis**

### ✨ Destaques em tópicos

* **Dom das chagas de São Francisco**
  A Igreja e a família franciscana celebram hoje o dom das chagas recebido por São Francisco de Assis, que o configurou a Cristo como um verdadeiro *alter Christus*, pobre e humilde como o Senhor.

* **Perigo da indiferença espiritual**
  Quando o homem não vive em comunhão com Deus, cai facilmente na indiferença e se afasta da oração, dos mandamentos e dos sacramentos, que não são imposições, mas dons de amor e proteção.

* **A tentação do julgamento**
  A fragilidade humana é explorada pelo inimigo, que nos leva a julgar os outros e a ignorar as maravilhas de Deus, esquecendo que Ele nos sustenta e espera sempre a nossa conversão.

* **Raiz da rejeição a Cristo**
  No Evangelho, Jesus mostra que a indiferença e a dureza de coração brotam da falta de fé e do falso julgamento: João Batista foi acusado de estar possuído, e o próprio Cristo de ser “comilão e beberrão”.

* **O verdadeiro discernimento**
  Quem cultiva a vida eterna em Cristo reconhece que a obediência e o amor incondicional são os frutos autênticos que nos mantêm firmes na comunhão com Deus.

* **O uso de nossas capacidades**
  Se podemos usar nossas forças para o pecado, muito mais devemos utilizá-las para amar e praticar o bem, pois essa é a vontade de Deus.

* **A oração como dom do Espírito**
  Rezar é amar e ser amado por Deus. Pela oração, somos transformados e chamados a amar inclusive os inimigos, como ensina Jesus no Evangelho: amar, fazer o bem e rezar até por quem nos persegue.

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### 🌿 Espiritualidade Franciscana

São Francisco, marcado com as chagas de Cristo, nos ensina que a verdadeira configuração ao Senhor passa pela humildade, pelo amor radical e pela compaixão sem limites. O franciscano não vive de aparência ou indiferença, mas de obediência alegre ao Evangelho, vendo em cada pessoa um irmão a ser amado.

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### 🔑 Conclusão

O Evangelho de hoje nos recorda que a indiferença espiritual e o falso julgamento afastam do verdadeiro sentido da fé. O testemunho de São Francisco mostra que a sabedoria de Deus se revela na humildade e na cruz. Seguir Jesus é viver no amor incondicional, na obediência confiante e na oração que transforma a vida.

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### 🙏 Oração Final

“Senhor Jesus Cristo, que revelastes a plenitude do amor de Deus na cruz, concedei-nos, pela intercessão de São Francisco estigmatizado, um coração humilde e dócil, capaz de amar sem distinção, de rezar pelos que nos perseguem e de viver sempre na alegria da Tua presença.
Santa Mãe das Dores, ensinai-nos a permanecer fiéis junto à cruz, para que nossas vidas sejam sinais da misericórdia de Deus no mundo. Amém.”

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🌸 **Paz e Bem!**

domingo, 14 de setembro de 2025

A Exaltação da Santa Cruz do Senhor...


 Festa da exaltação da Santa Cruz (Jo 3,13-17)(14/09/25)


1. Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz, sinal eterno da nossa libertação e salvação do pecado, da morte e do inferno, como também de todo mal. De modo que, ao traçarmos sobre nós o sinal da cruz, tal gesto significa a nossa pertença a Cristo e a permanente garantia da nossa redenção eterna pelo seu sangue derramado em expiação dos nossos pecados e os do mundo inteiro.

2. Com efeito, Deus poderia ter escolhido um outro meio para nos salvar, no entanto, Ele mesmo quis assumir a nossa miserável condição, menos o pecado, por meio do Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, que padeceu, foi crucificado, morreu e ressuscitou para nos libertar definitivamente e nos acolher no Seu Reino de justiça e paz. Desse modo, nos ensinou que não existe meio mais eficaz pelo qual devamos ser salvos.

3. De fato, a cruz é o grande mistério do amor de Deus por nós, como Jesus nos ensinou: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos." (Jo 15,13). E são Paulo completa: "Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo, e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." (Fl 2,6-8).

4. Ora, mas como entender que Deus infinitamente poderoso se deixou dominar e ser morto numa cruz como se fosse um facínora; de modo que, sem nenhuma reação, entregou-se nas mãos dos pecadores que lhe impuseram os mais terríveis tormentos e morte humilhante? 

5. Só o amor explica isso, como Ele mesmo disse no Evangelho de hoje: "Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna." (Jo 4,16).

6. Portanto, caríssimos, crer no Senhor Jesus, é ama-lo, é segui-lo fielmente sem jamais se lamentar quando passamos por nossos momentos de cruz que são os sofrimentos advindos dos nossos pecados e dos pecados dos outros. Ora, o Senhor Jesus totalmente inocente foi barbaramente crucificado; e nós que somos culpados, o que dizer? Olhemos, então, para a cruz do Senhor porque ela é a nossa única consolação e esperança de vida eterna.

7. Destarte, rezemos com amor esta belíssima oração em honra da Santa Cruz composta por são Francisco de Assis: "Nós vos adoramos Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as vossas Igrejas que estão no mundo inteiro e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 13 de setembro de 2025

Não basta dizer: Senhor, Senhor...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,43-49)(13/09/25)


1. Caríssimos, estamos no tempo das distrações que tentam tirar de nós a atenção das coisas que diz respeito à nossa fé e a Deus, nos afastando da oração, da piedade, da prática da Palavra e das virtudes eternas; levando-nos a perder tempo com tudo o que é fútil e nada aproveitável ao nosso estado de graça, de forma que facilmente caímos no esgotamento espiritual e no desânimo.

2. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina a fazer uma leitura desta nossa realidade tecnológica onde o celular tenta tomar todo o nosso tempo como se um deus fosse, por meio, das redes sociais, jogos eletrônicos, sites ideológicos, formadores de opiniões, infueciadores e tantas outras modalidades difícil até de enumerar. 

3. De modo que, não se pode pensar a vida hoje em dia sem o famigerado celular com seus apetrechos e suas "facilidades", como por exemplo, o Dr Google e sua manipulação dos nossos dados, a Inteligência Artificial e o querer substituir o nosso pensar e por aí vai. 

4. Ora, por tudo isso, eis o que diz o Senhor: "O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio. Por que me chamais: ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que eu digo?" (Lc 6,45-46). Ou seja, diante dessas palavras, quem somos?

5. De fato, pelo o que acabamos de escutar do Senhor, dificilmente encontramos no mundo de hoje aqueles lhe dão tempo, e por isso, os testemunhos autênticos da sua presença são tão escassos, diria até que são raros em comparação com aqueles que buscam agradar ao mundo procurando fama, poder e prazer, ao invés de agradar ao Senhor que nos dá a vida eterna como nos ensinou são Paulo na primeira leitura.

6. Comentando esse Evangelho disse, o Papa Francisco, de feliz memória: "Existem cristãos só de aparência, que se pintam de cristãos e na hora da prova só mostram a maquiagem. Eis a tentação da maquiagem. Não basta dizer "Senhor, eu sou cristão" para o ser verdadeiramente. Ele diz: não é suficiente repetir "Senhor, Senhor!" para entrar no Reino. É preciso cumprir a vontade do Pai e praticar a Palavra. Eis a diferença entre o cristão de vida e o de aparência." (Papa Francisco, 04/12/14).

7. Portanto, caríssimos, com base no que nos ensinou o Senhor Jesus, são pelos frutos que todos conhecerão que vivemos em comunhão com Ele ou não. De uma coisa fiquemos certos, a fé autêntica revela quem realmente se deixa conduzir pelo Espírito Santo, porque estes dão frutos da vida eterna, que o revela.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Para quê julgar o próximo?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,39-42)(12/09/25)


1. Caríssimos, existe uma tentação que nos impulsiona a usar de juízo de valor com os outros, ou seja, medindo-os com as nossas medidas, mesmo sabendo que nenhum de nós seja justo ou inocente diante de Deus, pois não passamos de um sopro. 

2. E com isso não percebemos que ao emitirmos tais juízos trazemos para dentro de nós todos os pecados julgados e a imagem negativa dos que julgamos; e isso ocupa o espaço da misericórdia divina em nossas almas nos tirando a paz e a alegria de viver.

3. Com efeito, os maus juízos nascem no coração dos que vivem, não conforme os santos ensinamentos de Cristo, mas conforme o individualismo e a hipocrisia que os invade quando emitem juízos temerários esquecendo que na verdade julgam e condenam à si mesmos. 

4. Por outro lado, os que não julgam os outros como o Senhor Jesus nos ensina, usam sempre de misericórdia, porque sabem que serão julgados do mesmo modo que julgarem os outros, ou seja, não somos juízes uns dos outros, mas irmãos e irmãs à caminho do juízo final. 

5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus enfatiza o quanto é perigoso usar de juízo temerário, pois quem o faz deixa de lado a sua misericórdia, desprezando com isso, a bondade e o amor de Deus, para ceder a tentação da inimizade e da divisão, atitudes tipicamente maléficas portadoras da maledicência e calúnia, que tornam a convivência humana um verdadeiro inferno.

6. Portanto, caríssimos, escutemos atentamente o Senhor e ponhamos em prática a Sua Santa Palavra: "Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”. (Lc 6,41-42).

7. Destarte, fiquemos atentos, pois, é assim que seremos julgados pelo justo Juiz de nossas almas; bem como nos ensinou são Tiago: "Falai, pois, de tal modo e de tal modo procedei, como se estivésseis para ser julgados pela lei da liberdade. Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento." (Tg 2,12-13).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

As Bem-aventuranças, itinerário para o céu...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,20-26)(10/09/25)


1. Caríssimos, a tendência de quem vê o mundo a partir dos pecados do mundo, é querer culpar Deus, por isso, não compreende que tudo o que Deus criou são dádivas da sua benevolência para todos, e porque tudo é bom, belo e perfeito, de igual modo deveria ser vivido assim. O problema é a tomada de posse do que não nos pertence, por isso, esse comportamento gera desconforto, divisão, ódio, violência e morte.

2. No Evangelho de hoje o Senhor "Jesus levantando os olhos para os seus discípulos, disse: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque havereis de rir! 

3. Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem! Alegrai-vos, nesse dia, e exultai pois será grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas." (Lc 6, 20b-23).

4. De fato, poderíamos até pensar que o Senhor Jesus está usando de um certo conformismo nesse seu ensinamento, mas na verdade, Ele faz uma inversão de valores, pois, para quem vive apegado às coisas deste mundo dificilmente compreenderá que é Deus quem sofre nos seus filhos e filhas para salva-los de suas provações, como o fez com seu Filho Jesus. 

5. Desse modo nos ensina que as riquezas e vantagens deste mundo não passam de cinza, porque o verdadeiro Bem é o próprio Deus, e quem a Ele tem nada lhe falta. Por isso, o que neste mundo renunciamos é infinitamente muito pouco em comparação com a felicidade eterna que nos será dada no Reino dos céus. 

6. Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "Aqueles que progridem nestas coisas são felizes e serão bem-aventurados. Deus, para se entregar a nós, escolhe muitas vezes caminhos impensáveis, quem sabe os das nossas limitações, das nossas lágrimas, das nossas derrotas. 

7. É a alegria pascal de que falam os irmãos e irmãs orientais, aquela que tem os estigmas mas está viva, passou pela morte e experimentou o poder de Deus. As Bem-aventuranças conduzem-nos à alegria, sempre; são o caminho da alegria este caminho tão belo, tão seguro da felicidade que o Senhor nos concede." Papa Francisco - Audiência Geral, 29/01/2020).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Todos somos chamados por Cristo...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,12-19)(09/09/25)


Caríssimos, a fé que recebemos no batismo se torna em Cristo a nossa maior segurança, porque é cheia da esperança no mundo novo que há de vir. De fato, o justo vive da fé, não porque se justifica à si mesmo, mas, porque recebe de Cristo o perdão dos pecados e a convivência com Ele aqui e por toda a eternidade como nos ensinou são Paulo na primeira leitura.

Com efeito, assim como não existe a vida natural sem os elementos essenciais que a mantém, de igual modo não existe a vida sobrenatural que vem de Deus sem o estado de graça que o Senhor Jesus concede aos que Nele permanecem fielmente (cf. Jo 15,5). Bem como escreveu são Paulo: "Porque para mim viver é Cristo e o morrer é lucro." (Fl 1,21).

De fato, em nosso estado natural não passamos de um sopro; por outro lado, no estado de graça, já não somos nós que vivemos, mas, é Cristo que vive em nós; e a vida que ora vivemos na carne, a vivemos por amor ao Filho de Deus que nos amou e se entregou ao Pai por nós como sacrifício de agradável odor (cf. Gl 2,20; Ef 5,1-2). 

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus se recolheu em oração para a escolha dos Apóstolos, e os escolheu como representantes do novo povo de Deus, a Igreja, a fim de resgatar o povo da antiga aliança, e toda a humanidade. Para que a benção que Deus deu a Abraão se estendesse à todos os homens e mulheres de todos os tempos, com exceção daqueles que como Judas, traem o Senhor e por isso rejeitam a salvação que Ele nos trouxe.

Portanto, caríssimos, todos os que são batizados e os que serão, foram escolhidos por Cristo para viverem como seus discípulos e anunciarem a salvação que Ele concede à todos que o amam e o seguem fielmente até o fim, pois, neste mundo tudo passa, mas aqueles que são fiéis ao Senhor, permanecem Nele aqui e por toda a eternidade.

Destarte, peçamos à Santíssima Mãe de Deus e nossa Mãe, que nos ajudo no seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo, amando-o sobre todas as coisas, e fazendo tudo o que Ele nos disser (cf. Jo 2,5). Pois, é isso o que transforma a nossa vida e a vida de toda a humanidade.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

Natividade de Nossa Senhora...


 Festa da Natividade de Nossa Senhora (Mt 1,1-16.18-23)(08/09/25)


1. Caríssimos, com grande alegria a Igreja hoje celebra a Festa da Natividade de nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe. Com efeito, num mundo em que o pecado aparentemente reina, e por isso, está repleto de tantas misérias advindas da prática pecaminosa. 

2. Deus nos apresenta a Sua Mãe Imaculada, isto é, sem mácula, sem a mancha do pecado, com a missão de nos trazer o salvador pelo sim incondicional ao seu plano salvífico para nos libertar definitivamente do pecado e de todo mal que o pecado gera.

3. Como vimos nas leituras de hoje, Deus sempre age por sua infinita bondade para nos dar os seus maiores tesouros por meio daquela que Ele escolheu como Mãe, porque quis ser como um de nós, exceto no pecado; e para isso a criou Santa, Imaculada, como Arca da Nova Aliança, que guarda a sua Divina Palavra com a qual criou todas as coisas, e pela qual renova todas as coisas. 

4. Com efeito, Maria Santíssima, é a nova Eva, porém, com um diferencial mais que sublime em relação à primeira Eva, ou seja, ela jamais dialogou com o inimigo, pelo contrário, dialogou somente com Deus por meio do Anjo Gabriel.

5. E desse modo, cumpriu a sua missão de gerar o nosso Salvador, por isso, todas as gerações a proclamarão bem-aventurada, porque o todo poderoso fez nela grandes coisas e cujo nome é Santo, como ela mesma canta no Magnificat (cf Lc 1,46-55).

6. Decerto, celebrar a Festa da Natividade de nossa Senhora, é celebrar o nascimento da nova humanidade, pois, esta é a missão do seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que nasceu do seu ventre, por obra e graça do Espírito Santo, para renovar todas as coisas, como está escrito: "Então o que está assentado no trono disse: Eis que eu renovo todas as coisas." (Ap. 21,5). 
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7. Portanto, caríssimos, cantemos com imensa alegria o mesmo hino que Maria cantou a Deus quando foi escolhida: "Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo." (Lc 1,46-49).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 6 de setembro de 2025

Só existe verdadeira liberdade em Cristo Jesus...

 

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,1-5)(06/09/25)

1. Caríssimos, a liberdade humana é verdadeira somente se ela é vivida em Cristo; fora Dele não existe, pois somente Cristo nos conduz à liberdade eterna que nos liberta das amarras da finitude deste mundo.

2. Com efeito, o nosso livre arbítrio não significa fazer o que se quer, onde, como e quando quiser, porque no mais das vezes as consequências advindas da imperfeição do pecado são desastrosas e levam à perda da liberdade e à morte.

3. Decerto, analisando o que foi dito naturalmente surge a pergunta: e como fazer para vencer essas imperfeições? Como também foi dito acima: seguindo a Cristo, caminho, verdade e vida, o único que nos conduz ao Pai. Nele realmente nos sentimos seguros mesmo padecendo toda espécie de perseguição e constrangimento como Ele mesmo padeceu.

4. O graça de crer em Cristo e segui-lo no seio da Sua Santa Igreja, é ter a certeza de que Ele está sempre conosco, e se sofremos Ele também sofre conosco, porém, nos consola para não desanimarmos na luta contra o pecado, que na verdade, é o nosso maior inimigo, porque tem sua origem no maligno.

5. No Evangelho de hoje, "Num dia de sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. Então alguns fariseus disseram: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?” Ao que o Senhor respondeu com o exemplo do rei Davi, que por conta da fome violou a lei comendo os pães consagrados, o que somente aos sacerdotes era lícito fazer.

6. Portanto, caríssimos, no final desse Evangelho Jesus afirmou: “O Filho do Homem é senhor também do sábado”. (Lc 6,5). Ora, essa afirmação nos revela qual seja o verdadeiro sentido da Lei, ser o pedagogo que conduz todos a Cristo, que recebeu do Pai a missão de nos salvar.

7. Destarte, interpretar a Lei com o rigorismo moralista farisaico, é torna-la letra morta; é tirar dela o amor e a misericórdia, tornando-a inútil, ou seja, apenas letra que julga, condena e mata, como fizeram com o Senhor Jesus. 

8. Escutemos, então, com amor e atenção este chamado do Senhor: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve." (Mt 11,29-30).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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