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quarta-feira, 9 de setembro de 2009
GRAÇA E JUSTIFICAÇÃO
GRAÇA E JUSTIFICAÇÃO
A palavra Justificar significa “Perdoar os Pecados”. Assim, a Justificação é o resultado da força de regeneração da Graça do ESPÍRITO SANTO, que atuando nas pessoas neutraliza todo efeito causado pelo mal, para curá-las do pecado e santificá-las para a vida. (Cf. Ef 2, 1-8)
Recebemos a Graça Santificante do ESPÍRITO SANTO em todos os Sacramentos. De modo especial, ela age no interior das pessoas purificando o coração e a alma, propiciando-lhes participarem dos benefícios de DEUS e da Vida Divina.
Pelas Graças recebidas no Sacramento do Batismo, obtém-se a Justificação, isto é, o perdão dos pecados e são infundidas na alma do batizando as Virtudes Teologais: a fé, a esperança e a caridade, além de conceder ao fiel o caráter sacramental de Filho de DEUS.
O Catecismo da Igreja acrescenta que, pela graça do Batismo "em nome do PAI e do FILHO e do ESPÍRITO SANTO" (Mt 28,19), somos chamados a compartilhar na vida da SANTÍSSIMA TRINDADE, aqui na terra, na obscuridade da fé, e para além da morte, na Luz Eterna.
A Justificação, isto é, o perdão de nossos pecados, nos foi merecida pela morte de NOSSO SENHOR na Cruz. JESUS, derramando o seu Sagrado Sangue no alto de um madeiro lavou a alma da humanidade de todas as gerações, neutralizando a influência nefasta do Pecado Original e perdoando os Pecados Subseqüentes cometidos até aquele dia. Esta realidade nos mostra a impressionante dimensão da Justificação, que é a obra mais excelente do amor de DEUS, manifestado em JESUS CRISTO e concedido a cada fiel pelo ESPÍRITO SANTO.
Por essa razão dizemos que a Justificação e a Conversão apresentam dois aspectos sob a ação da Graça: a pessoa se volta para DEUS e se afasta do pecado, acolhendo, dessa forma, o perdão e a justiça que vêm do alto.
Compreendemos assim que o perdão de nossos pecados é essencialmente Obra de DEUS, embora seja indispensável a colaboração de cada criatura pela fé, buscando o Sacramento, sinceramente arrependida de suas transgressões, conforme escreveu São Paulo aos Romanos:
"Tendo sido, pois, justificados pela fé, estamos em paz com DEUS por NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, por quem tivemos acesso, pela fé, a esta Graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos na esperança da glória de DEUS". (Rm 5, 1-2)
Isto porque, todos nós somos chamados à santidade, seja qual for o estado civil e o regime de vida; porque também todos os fieis são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade.
Assim sendo, a Justificação atua providenciando a remissão dos pecados, a santificação e a renovação do interior da pessoa, “destruindo o homem velho, corroído pelo pecado; fazendo nascer um homem novo para a vida em DEUS”. (Ef 4, 22-24)
A primeira obra da graça do ESPÍRITO SANTO é a conversão que opera a justificação segundo o anúncio de JESUS no princípio do Evangelho escrito por São Mateus: "Arrependei-vos (convertei-vos), porque está próximo o Reino dos Céus” (Mt 4,17). Sob a moção da Graça, o homem se volta para DEUS e se afasta do pecado, acolhendo, assim, o perdão e a justiça Divina. Em conseqüência, conforme mencionamos acima: "a justificação abrange a remissão dos pecados, a santificação e a renovação do homem interior.” (Catecismo da Igreja)
Por outro lado, a salvação é também um dom da Graça de DEUS, mas que somente podemos recebê-la em resposta à nossa fé, ou seja, se temos a convicção de que vamos alcançá-la.
Para compreender corretamente o processo da salvação, precisamos entender que “a fé em JESUS CRISTO é a única condição prévia que DEUS requer para a salvação de uma pessoa”. Isto porque, a fé não é somente uma confissão a respeito de CRISTO, mas é também uma ação dinâmica, que brota do coração do crente que acredita e quer seguir a CRISTO como o NOSSO SENHOR e como nosso SALVADOR. (Cf. Mt 4,19; Mt 16, 24); (Lc 9,23-25); (Jo 10, 4;Jo 10, 27; Jo 12, 26).
As pessoas justificadas vivem a sua fé na palavra de CRISTO: “Pois, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da Palavra de CRISTO”. (Rm 10, 17) E ela age pelo amor, conforme São Paulo escreveu na carta aos Gálatas: “Pois, em CRISTO JESUS, nem a circuncisão tem valor, nem a incircuncisão, mas a fé agindo pela caridade (ou seja, pelo amor). (Gl 5, 6). Porque o amor é fruto do ESPÍRITO SANTO. (Cf. Gl 5, 22).
Entretanto, devemos lembrar que a força do poder, a cobiça e a ambição atribulam a existência das pessoas no cotidiano (Cf. Rm 8, 35-39) e fazem com que elas caiam em pecado (1 Jo 1, 8.10), necessitando repetidamente de ouvirem as recomendações Divinas e a confessarem as suas transgressões. (Cf. 1 Jo 1, 9). Visto que, só assim poderão participar dignamente da Sagrada Eucaristia e serem exortadas a viverem uma vida justa, em conformidade com a vontade de DEUS. Por isso o Apóstolo diz às pessoas justificadas: "Desenvolvei vossa salvação com temor e tremor; porque é DEUS quem opera em vós tanto o querer quanto o realizar, segundo a sua vontade" (Fl 2, 12).
E permanece a boa notícia: "Não existe nenhuma condenação para aqueles que estão em CRISTO JESUS" (Rm 8, 1). E isso acontece por intermédio da obra admirável e justa de CRISTO que gerou a justificação que dá vida para todos os seres humanos. (Rm 5, 18)
RELACIONAMENTOS DA GRAÇA
Graça e Justificação – “A Justificação é um ato livre de DEUS que perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos aos seus olhos, pelo fato de acolhermos pela fé a justiça de CRISTO.” Em síntese, esta doutrina garante que o SENHOR não requer qualquer valor pessoal do fiel, assim como nenhuma ação para alcançar mérito, isto porque, agindo a justificação na esfera espiritual, as pessoas com seu limitado intelecto, não têm meios de prover uma recompensa para fazer jus à Graça Divina. Porém, nós que vivemos a conversão no amor, precisamos dar frutos da redenção e da justificação recebidas. (Cf. Ef. 2,8-10).
Vejamos agora um exemplo clássico de justificação, relembramos o benefício recebido pelo “bom ladrão” na cruz. No último momento de sua vida conseguiu a salvação, apesar de uma existência de crimes e de pecados. Na condição de crucificado ao lado de JESUS, reconheceu o SENHOR como o Verdadeiro Messias através de suas palavras, atestando a sua fé e assim, alcançou a Graça de DEUS e foi justificado.
A paga pelo débito eterno, ou seja, o perdão pelos pecados mortais cometidos, foi justificada por CRISTO na Cruz, que estendeu o seu sacrifício a toda humanidade. (Rm 3, 24) (Rm 5, 18-19). Para que assim pudéssemos viver neste mundo sem ser deste mundo, ou seja, darmos um verdadeiro testemunho da graça da justificação recebida.
Graça e Redenção - O desejo do PAI ETERNO de redimir a humanidade ficou manifesto na citação de São João: “Pois DEUS amou tanto o mundo que entregou o seu FILHO Único, para que todo o que NELE crer não pereça, mas tenha a Vida Eterna”, (Jo 3,16) e primordialmente, pela realização do sacrifício de JESUS na Cruz, com sua entrega decidida e voluntária. (Cf. Gl 2,20; Ef 5,2)
Graça e Purificação – A graça capacita o fiel a afastar-se do mal e a procurar viver com dignidade, trilhando o caminho do bem, da justiça e do amor fraterno. São Lucas apresenta em (Cf. Lc 11, 24-26) uma ilustração feita por JESUS, em que ELE coloca o assunto de um modo bem claro e acessível, falando a respeito de uma “casa” que foi “varrida e adornada”. A “casa” simboliza o corpo humano, a morada de Deus a partir da conversão da pessoa (1 Co 3,16); “varrida” significa limpa, isenta de toda imundície que acumulava pelos pecados cometidos; e, “adornada”, refere-se a um estado que excede a simples “limpeza” , que faz com que esta “casa” se torne mais bela do que efetivamente era através de uma purificação, que no nosso caso abrange um aspecto essencialmente espiritual.
JUSTIFICAÇÃO COMO PERDÃO DOS PECADOS
DEUS, por sua Graça, perdoa o pecado do ser humano, e ao mesmo tempo o liberta do poder do maligno, dando-lhe oportunidade de ter uma nova vida em CRISTO. Desse modo, o ser humano cultiva a fé no Senhor JESUS, e pelo Espírito Santo, DEUS infunde nele um amor ativo que o faz dar frutos para sua glória. (Cf. Jo 15,1-8).
Esses aspectos da ação da Graça Divina não devem ser separados. Eles estão correlacionados de tal maneira que o ser humano, torna-se um só com CRISTO no Espírito Santo; assim, pela Vontade de DEUS PAI, JESUS se torna para nós tanto perdão dos pecados quanto presença santificadora do próprio DEUS.
“É por sua graça que estais em Jesus Cristo, que, da parte de Deus, se tornou para nós sabedoria, justiça, santificação e redenção, para que, como está escrito: quem se gloria, glorie-se no Senhor (Jr 9,23).” (1 Cor 1, 30).
No Sacramento do Batismo o ESPÍRITO SANTO une o batizando a CRISTO, o justifica e realmente o renova. Não obstante, a pessoa estar justificada pelo Sacramento, durante toda a vida permanece dependente da Graça de DEUS que sempre o justifica em todas oportunidades, de modo incondicional. Isto porque o fiel está também continuamente exposto ao poder do pecado e das investidas do maligno, não estando isento da terrível luta cotidiana entre o “bem” e o “mal” que faz oposição a DEUS.
“Não reine, pois, o pecado em vosso corpo mortal, de modo que obedeçais aos seus apetites. Nem ofereçais os vossos membros ao pecado, como instrumentos do mal. Oferecei-vos a Deus, como vivos, salvos da morte, para que os vossos membros sejam instrumentos do bem ao seu serviço. O pecado já não vos dominará, porque agora não estais mais sob a lei, e sim sob a graça.”. (Rm 6, 12-14)
A pessoa mesmo justificada, precisará sempre do perdão de DEUS e deve se conscientizar de que é chamada à uma conversão constante e ao arrependimento de suas transgressões, caso venha a cometê-las, recebendo assim o perdão Divino. “Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade.” (1 Jo 1, 9).
O ser humano é justificado na fé do evangelho "independentemente das obras da lei" (Rm 3, 28). Isto porque JESUS cumpriu a lei e, por sua morte e ressurreição, a superou como caminho para a salvação. Da mesma forma que os mandamentos de DEUS permanecem em vigor para a pessoa justificada (Cf. Mt 5,17-19); CRISTO, em sua palavra e vida, expressa a vontade de DEUS e se constitui padrão de conduta e exemplo a ser imitado pela humanidade justificada em todas as gerações. (Cf. 1Jo 2,6).
Paz e Bem!
Fonte: http://www.angelfire.com/nv/novaes/graju.html
Colaborador: Frei Fernando
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