PARA
ISTO É QUE O VERBO SE FEZ CARNE...
A Ressurreição de Jesus de Nazaré é o selo
da perfeição dos justos que Ele redimiu com o seu Sangue derramado. Sua Páscoa
é também a nossa páscoa, pois que por ela nos uniu à Si definitivamente, para
que gozemos o céu como herança eterna. “Porque
a glória de Deus é o homem vivo e a vida do homem é a visão de Deus. Se já a
revelação de Deus através da criação dá a vida a todos os seres que vivem na
terra, tanto mais a manifestação do Pai pelo Verbo dá a vida aos que creem em
Deus! «Ninguém jamais viu a Deus: o Filho único, que está no seio do Pai, é o
que O deu a conhecer»: desde o início, o Filho é que dá a conhecer o Pai, uma
vez que está junto do Pai desde o início (cf. Jo 1,18.1). Em tempo oportuno, foi Ele que mostrou aos homens, para benefício
destes, as visões proféticas, a diversidade das graças, os ministérios e a
manifestação da glória do Pai, qual melodia bem composta e harmoniosa”. (Santo Ireneu de
Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir - Contra as heresias, IV, 20, 7;
SC 100).
Deste modo, a Ressurreição de Cristo é o
milagre permanente da Vida divina conosco e em nós, depois que fomos batizados.
Pois, assim escreveu São Paulo: “Ou
ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na
sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que,
como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos
uma vida nova”. (Rm 6,3-4). O próprio Senhor, que tem a Vida em Si mesmo, já
havia revelado essa verdade, quando disse: “O
Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas
eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a
reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai”. (Jo 10,17-18).
E ainda: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê
naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou
da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo: vem a hora, e já está
aí, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem
viverão. Pois como o Pai tem a vida em si mesmo, assim também deu ao Filho o
ter a vida em si mesmo, e lhe conferiu o poder de julgar, porque é o Filho do
Homem”. (Jo 5,24-27).
Logo, viver com Cristo ressuscitado e em
Cristo ressuscitado, é gozar de sua paz, é receber o seu Espírito Santo como os
apóstolos o receberam do “sopro de vida” que o Senhor soprou sobre eles (cf. Jo
20,22). Ou seja, Cristo ressuscitado se une a nós e nos livra deste mundo e de
todo o mal, para testemunharmos que somente Nele temos a vida eterna. E é
exatamente isto que Ele nos dá a conhecer, somos filhos e filhas de Deus, por
seu Espírito habita em nós (cf. Rm 8,14-17). Por isso entendemos que Deus se
faz sempre presente no meio de nós; e, por meio de sua Divina Providência,
somos assistidos e amados por Ele prontamente, mesmo quando não o percebemos...
De fato, Deus cuida muito bem de seus filhos e filhas e nem um só fio de cabelo
deles se perderá (cf. Mt 10,28-31).
Porém, de uma coisa fiquemos certos, todos
se apresentarão diante do Altíssimo quando chegar o dia eterno de cada um (cf.
Hb 9,27), mas quem julgará todos os homens é o Verbo de Deus, Jesus Cristo,
pois para isto é que Ele se fez carne, para julgar os vivos e os mortos no
último dia. A princípio Jesus veio para salvar todos os homens da condenação à
morte a que estavam sentenciados pelos pecados aqui praticados desde o primeiro
homem até os dias atuais (cf. Jo 3,16-21).
Todavia, uma vez sacrificado pelos pecadores,
ressuscitou dos mortos revelando deste modo que não era um simples homem, mas
Deus conosco, Emanuel, o Messias enviado pelo Pai para a salvação de todos.
Entretanto, sua presença entre nós é também sinônimo de que estamos na reta
final da criação natural de Deus, pois Jesus veio para abrir-nos a porta do
Reino dos Céus; e é fazendo o seu caminho de cruz que entraremos com Ele em sua
glória eterna. Porquanto, se não houvesse a segurança da esperança na
ressurreição para a vida eterna em Deus, o que seria da humanidade? Apenas pessoas
e coisas destinadas a um fim trágico, devido ao triste quadro que contemplamos
atualmente na face da terra.
“Contudo, virá o dia do Senhor como ladrão.
Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão,
e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. Uma vez que todas
estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de
vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus,
esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos
abrasados! Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova
terra, nos quais habitará a justiça. Portanto, caríssimos, esperando estas
coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz”.
(2Pd 3,10-14).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria,OFMConv.
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